Rio de Janeiro - Na corrida contra o tempo para evitar a paralisação das operações da Varig, o administrador judicial da empresa, a consultoria Deloitte, entregou ontem um parecer ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em que descarta a realização de um novo leilão da companhia Varig sob as atuais condições da proposta da VarigLog. Os principais pontos segundo o consultor jurídico Alberto Fiore, que assina o documento são a composição do preço mínimo e a remuneração da antiga Varig.
Na proposta da VarigLog, o preço mínimo de R$ 277 milhões é composto pelo adiantamento feito pela empresa para as operações da Varig; receitas com o aluguel de imóveis; fretamento de aeronaves; e Centro de Treinamento, além de pagamentos anuais aos credores no valor de R$ 42 milhões em 10 anos. Outro item que faz parte do lance mínimo da oferta é o valor referente à compra pela VarigLog de 5% das suas ações atualmente nas mãos da Varig. De acordo com a Deloitte, essa operação com ações é "inadmissível", assim como o rendimento por meio de debêntures oferecido aos credores.
Apesar das ressalvas sobre a oferta atual, o parecer declarou que "caso se conclua que somente à VarigLog interessa a aquisição das empresas em recuperação, o caminho correto seria a votação da proposta VarigLog diretamente em assembléia geral dos credores, sem a posterior realização de leilão". Uma fonte da Deloitte que pediu anonimato informou que o parecer sugere que a assembléia de credores aconteça entre os próximos dias 12 e 13.
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, quando questionado sobre o parecer da Deloitte, limitou-se a dizer que "são só alguns ajustes".