As esperanças do banco britânico Barclays em tomar o controle do rival holandês ABN Amro ganharam força nesta terça-feira quando um consultor jurídico emitiu um parecer favorável à venda do braço norte-americano do ABN sem o voto dos acionistas.
A opinião surpreendente do advogado-geral Vino Timmerman, um professor de Direito, é uma indicação de como a Suprema Corte vai decidir sobre a venda de 21 bilhões de dólares do banco LaSalle, instituição do ABN sediada em Chicago, para o Bank Of America .
A oferta combinada do Barclays por todas as ações do ABN, no valor de 63 bilhões de euros, é condicionada à aprovação da venda do LaSalle. Em maio, um tribunal comercial holandês congelou a venda do LaSalle para o Bank of América, operação que fazia parte do acordo de venda do ABN para o Barclays.
Um consórcio rival liderado pelo Royal Bank of Scotland ofereceu 71 bilhões de euros pelo ABN, mas neste caso, a proposta condicionada a inclusão do LaSalle na compra.
Ambos os acordos podem se tornar a maior aquisição do setor bancário.
"Está claro que a Suprema Corte holandesa não tem de aceitar o parecer do advogado-geral, mas obviamente é um golpe um tanto quanto severo nas aspirações do Royal Bank", disse Alex Potter, analista bancário na Collins Stewart de Londres.
A Suprema Corte holandesa segue a opinião do advogado-geral em oito de dez casos, de acordo com analistas da Keefe, Bruyette & Woods (KBW).
A Suprema Corte da Holanda deve decidir sobre o caso na metade de julho. Os bancos envolvidos na transação têm uma semana para recorrer do último parecer, que reverteu uma decisão de uma corte comercial em maio, que afirmava que os acionistas do ABN devem votar sobre o acordo do LaSalle.