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Pão de Açúcar e Carrefour

Participação do BNDES em fusão é absurda, diz Aloysio

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) classificou hoje como "escandalosa" e "absurda" a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) numa eventual fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil. O banco admitiu que pode investir até R$ 4,5 bilhões no negócio por meio do BNDESPar braço de investimentos em empresas do banco de fomento estatal.

Na opinião do senador, o governo federal não deve levar adiante a operação. "Eu tenho para mim que o governo federal não vai levar isso adiante porque é tão escandaloso, tão absurdo, tão contrário a qualquer lógica de política industrial, que eu acho que também nisso o governo federal vai voltar atrás", afirmou, após comparecer à missa de sétimo dia da morte do ex-ministro Paulo Renato Souza, na capital paulista.

O tucano ressaltou que a verdadeira função do BNDES é promover uma política de desenvolvimento e destacou que o banco estatal não tem de se envolver em uma atividade de varejo. Aloysio lembrou que os grupos envolvidos na fusão são "altamente capitalizados". "O governo federal não tem nada a ver com supermercados", afirmou. "Os grupos envolvidos nessa operação são altamente capitalizados, seguramente vão pegar o dinheiro subsidiado pelo BNDES e vão aplicar o rico dinheiro deles no mercado financeiro", criticou.

O senador frisou que os recursos que podem ser utilizados pelo banco na eventual fusão são, sim, públicos. "É dinheiro público porque é dinheiro captado no mercado a uma taxa Selic e passada ao BNDES, que depois paga ao Tesouro com a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo)", destacou. "É algo, portanto, que tem custo fiscal, é dinheiro também que sai de fundos públicos, como o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço)."

A missa em memória ao ex-ministro foi realizada na igreja Nossa Senhora do Brasil. Além de familiares, compareceram à cerimônia o secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Andrea Matarazzo e o ex-governador José Serra, que preferiu não falar com a imprensa.

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