O comércio brasileiro superou no primeiro trimestre deste ano o forte ritmo de crescimento registrado em 2009. A avaliação é do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que publicou nesta terça-feira (25) estudo sobre o setor. De acordo com o levantamento, o volume de vendas cresceu 12,78% e a receita nominal alcançou a taxa de 15,64% nos primeiros três meses do ano.
Para o Dieese, a aceleração das vendas no início de 2010 é justificada, primeiramente, pela Páscoa no mês de março enquanto no ano passado aconteceu em abril , que ampliou a expansão de supermercados e hipermercados. O segundo fator foi o setor de móveis e eletrodomésticos, que mesmo com encerramento do incentivo tributário com o desconto de IPI em janeiro de 2010, pode ter formado estoques, o que resultou em produtos a preços mais acessíveis.
A outra influência vem da explosão de vendas de veículos, motos, partes e peças em razão do encerramento, após março, do desconto sobre o IPI.
Balanço positivo em 2009
Embora a crise internacional tenha causado dificuldades a setores da economia brasileira, como a indústria, no início de 2009, o comércio apresentou índices "confortáveis de desempenho", de acordo com a pesquisa do Dieese.
Segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC/IBGE), considerados para o estudo do Dieese, em 2009, o comércio brasileiro cresceu 5,9% em volume de vendas e 10% em receita nominal em relação ao ano anterior. Quando descontada a inflação da receita nominal, considerando o INPC médio de 2009 de 5,26%, o aumento real foi de 4,5%.
De acordo com o Dieese, o comércio foi impulsionado pelo dinamismo do mercado interno, favorecido pela recuperação do emprego e pela expansão da massa salarial. Foi a contribuição do consumo das famílias, com crescimento de 4,1%, que evitou maior retração da economia brasileira em 2009.
A massa de rendimentos importante indicador para o desempenho do setor, pois sinaliza a capacidade de consumo da sociedade cresceu 2,9% em 2009, aponta o Dieese. O que contribui para o aumento dos rendimentos foram a elevação do salário mínimo, os reajustes dos pisos regionais, os programas de transferências de renda, a recuperação do emprego ao longo do ano e os resultados positivos das negociações salariais.
Segundo o levantamento, os números do comércio também foram impulsionados pela expansão do crédito, que, apesar da crise, atingiu 45% do PIB no final de 2009, diante dos 40,8% em 2008.
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