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Mercado

Passada a tensão, Lula diz que vai manter o câmbio flutuante

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a alta do dólar e a queda na bolsa registradas nos últimos dias são decorrência de turbulências externas. Lula reafirmou que o governo irá manter a política de câmbio flutuante e descartou qualquer mudança na política econômica por conta da proximidade do período eleitoral. "Se enganam aqueles que pensam que vamos abrir mão da nossa responsabilidade fiscal", afirmou o presidente após um discurso na visita que fez às obras do trecho ferroviário Araguaína-Aguiarnópolis da ferrovia Norte-Sul, em Tocantins.

E completou: "Não haverá processo eleitoral que possa fazer com que não haja seriedade no controle fiscal. A minha tese é a mesma de sempre: só gastaremos aquilo que temos. Não inventaremos gastos e vamos cumprir com nossos compromissos". O presidente justificou a necessidade de o governo fazer superávits fiscais. "Nós temos um superávit para fazer não porque gostamos, mas porque queremos mostrar para os credores que nós vamos arcar com nossas responsabilidades", disse.

Em Brasília, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mostrou-se satisfeito com a redução do nervosismo do mercado financeiro e disse que já esperava que isso ocorresse, devido à boa situação da economia brasileira. "Hoje temos um mercado mais calmo, de acordo com as nossas expectativas. Aos poucos, ele vai se acomodando, esperando o Fed (o banco central dos EUA). Não vejo maiores problemas", disse Mantega, referindo-se à expectativa do mercado a respeito das próximas decisões do banco central americano sobre taxas de juros.

Segundo ele, a melhora do humor do mercado reflete os "fundamentos sólidos" da economia. "Imagine essa situação há alguns anos. O risco país iria para mil pontos, a bolsa cairia 20%, haveria fuga de capitais. E hoje isso (a volatilidade externa) é encarado com a maior naturalidade, sem maiores reflexos", disse Mantega, ao deixar o Ministério da Fazenda para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.

Questionado sobre as medidas que o governo prepara na área cambial, o ministro disse que uma decisão só será tomada quando o assunto tiver amadurecido. Ontem pela manhã Mantega reuniu-se com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e com diretores da instituição, mas nem o ministro nem sua assessoria explicaram quais foram os assuntos tratados.

Mais tarde, Meirelles explicou que foram discutidos "assuntos de rotina". Ele negou que tenha sido tratado o tema câmbio e também disse não saber quando serão anunciadas as medidas em estudo pelo governo. A assessoria do Ministério da Fazenda informou que a reunião marcou a retomada dos encontros semanais entre BC e Fazenda, que eram realizados até antes da crise política que envolveu o ex-ministro Antônio Palocci. Segundo a assessoria, essas reuniões não têm uma pauta específica.

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