Ouça este conteúdo
A prévia da inflação em outubro teve uma alta de 0,21% impulsionada principalmente pelo aumento nos preços das passagens aéreas, de 23,75%, de acordo com dados divulgados nesta quinta (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O chamado IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) acumula uma alta de 3,96% no ano e de 5,05% em 12 meses.
Segundo o IBGE, a alta das passagens aéreas respondeu por aproximadamente 77% do índice, correspondente a 0,16 ponto porcentual.
A alta das passagens aéreas ocorre no momento em que o governo tenta tirar do papel o programa “Voa Brasil”, para “democratizar” o transporte aéreo e dar mais dinamismo ao setor. A promessa é vender passagens a R$ 200 para grupos específicos, e estava previsto para começar até agosto.
No entanto, o programa segue em discussão no Ministério de Portos e Aeroportos. Na quarta (25), o Ministério do Turismo apresentou a malha aérea da temporada de verão do país, com 94 novos voos, mas sem menção ao “Voa Brasil”.
Além do aumento das passagens aéreas, também registraram aumentos o transporte por aplicativos e emplacamento de veículos. No entanto, o item combustíveis apresentou uma queda de 0,44%, com redução de preços em gasolina (-0,56%), etanol (-0,27%) e gás veicular (-0,27%). Apenas o óleo diesel (1,55%) registrou aumento.
Os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,28%) e Habitação (0,26%) também tiveram elevação de preços, contribuindo com 0,04 ponto percentual cada um para o IPCA-15 de outubro. Em Habitação, o gás de botijão (1,24%) e o aluguel residencial (0,29%) se destacaram nas altas. A taxa de água e esgoto (0,27%) também subiu devido ao reajuste de 6,75% em Salvador (4,42%), a partir de 25 de setembro. Em contrapartida, a energia elétrica residencial registrou uma queda de 0,07% em outubro.
No grupo Saúde e Cuidados Pessoais, o subitem plano de saúde teve um aumento de 0,77%, e itens de higiene pessoal também subiram (0,05%), influenciados por aumentos nos preços de perfume (1,24%) e produtos para cabelo (0,45%).
Por outro lado, dois grupos apresentaram queda de preços, com Alimentação e Bebidas liderando o declínio, com uma variação de -0,31%, influenciando negativamente o IPCA-15.
O subgrupo alimentação no domicílio mostrou uma desaceleração em relação ao mês anterior, registrando -0,52%. Entre os subitens, destacaram-se as quedas nos preços do leite longa vida (-6,44%), feijão-carioca (-5,31%), ovo de galinha (-5,04%) e carnes (-0,44%). Por outro lado, arroz (3,41%) e frutas (0,71%) apresentaram aumento de preços no mês.
A análise do subgrupo alimentação fora do domicílio revelou um aumento de 0,21%, indicando uma desaceleração em relação a setembro. A alta das refeições (0,22%) foi menos intensa que no mês anterior. Por fim, o lanche registrou uma queda de 0,11%, após um aumento de 0,74% em setembro.