Pátio Batel tem como estratégia para chamar a atenção dos clientes as suas novidades: das 200 operações confirmadas, 60 são inéditas no Sul do país| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

R$ 280 milhões foi o valor gasto na construção. Desse total, R$ 180 milhões foram desembolsados pelo Grupo Soifer e os R$ 100 milhões restantes foram financiados pelo BNDES.

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Retorno

Italiana Benetton volta ao país usando o Paraná como porta de entrada

Dez anos após a sua saída do Brasil, a grife italiana Benetton está de volta ao país e escolheu o Paraná para fazer sua reestreia no mercado brasileiro. Em junho, foram abertas as primeiras duas lojas da marca no Shopping Catuaí, em Londrina, e na próxima terça-feira a Benetton chega a Curitiba, com uma loja de 200 metros quadrados no Pátio Batel.

O gerente comercial da marca no Brasil, Douglas Balico, diz que um dos motivos do retorno ao estado é o apreço que os paranaenses ainda sentem pela marca, que teve fábrica em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, na década de 1990. Nesse período, a grife chegou a ter mais de 200 pontos de venda em todo o país.

Com 6, 5 mil lojas espalhadas em 120 países, a Benetton quer crescer por meio de franquias. A expectativa é chegar a 100 lojas nos próximos cinco anos, sendo 10% próprias. "Temos um modelo testado, formatado e pronto para ser reproduzido Brasil afora", diz Balico.

Em outubro, a marca italiana vai inaugurar duas lojas – uma infantil e a outra voltada a adultos – no Shopping Iguatemi, em Campinas (SP). Depois, o foco são as capitais, começando por São Paulo e Rio de Janeiro. Neste primeiro momento, a Benetton não tem planos de montar fábrica no Brasil e todo o mix de produtos será importado. As peças para adultos chegam ao país com preço médio de venda de R$ 200 e as infantis, R$ 75. Esse preço "democrático", como define Balico, é uma das apostas da Benetton para conquistar os consumidores.

Marc Sjostedt, diretor geral da Louis Vuitton para o Brasil, Chile e Uruguai

Exatamente um ano após a primeira data prevista para inauguração, o Pátio Batel abre as portas nesta terça-feira em um momento de desaceleração do consumo e de pessimismo entre os varejistas. As vendas em shoppings fecharam o semestre com crescimento de 8%, o menor percentual dos últimos dois anos, segundo dados da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce). O índice é menor que o obtido no mesmo período de 2012 (10,8%) e 2011 (11,7%).

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Apesar do cenário desfavorável, o Grupo Soifer, dono do empreendimento, está otimista com a entrada no mercado. O superintendente do shopping, Michel Sarraff, acredita que a data é bastante oportuna pela proximidade do Natal e aposta na novidade para atrair o público. "Das 200 operações confirmadas, 60 são inéditas no Sul do país. Além disso, o último empreendimento do porte do Pátio Batel em Curitiba foi inaugurado há cinco anos", diz Sarraff, referindo-se ao Shopping Palladium.

Tradicionalmente o segundo semestre é sempre melhor para o varejo, mas este ano a expectativa dos lojistas de shoppings é bastante conservadora, afirma o presidente Sindishopping de Curitiba Erico Mórbis. "Tivemos um primeiro semestre rigoroso, com o crescimento compensando apenas a inflação do período. O Dia das Mães foi o pior dos últimos cinco anos", diz ele. A projeção inicial de crescer 8% em 2013 já ficou para trás – setor espera por aumento de, no máximo, 2%.

A economia brasileira não está recessiva, porém, também não está entusiasmada, avalia Mórbis. Os empresários estão sendo desafiados a se prepararem para reduzir a margem de lucro. Apesar do Dia dos Pais, o mês de agosto terminou fraco, com pequena elevação das vendas em setores específicos como perfumaria, telefonia e vestuário, com ticket médio baixo. Essa situação pode, inclusive, comprometer o volume de contratações para o final do ano.

Sacudida no mercado

O Pátio Batel é o 12.º shopping de Curitiba e vai estrear com 80% das operações concluídas. Uma das principais atrações, o cinema, da rede mexicana Cinépolis, deve ser inaugurado somente em novembro. A expectativa é que o empreendimento esteja 100% finalizado até o Natal. O shop­ping vai empregar cerca de três mil pessoas, 500 delas trabalhando diretamente na administração.

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De acordo com o presidente do Sindishopping, a chegada de um novo empreendimento sempre sacode o mercado, fazendo com que a concorrência invista na melhoria dos serviços, operações e ações promocionais para atrair o consumidor. Aos poucos, o mercado vai se ajustando e cada empreendimento encontra o seu espaço. Segundo Sarraff, a expectativa é que o Pátio Batel leve aproximadamente cinco anos para estabilizar o fluxo de público.

Entrevista

Louis Vuitton, a queridinha dos brasileiros, chega a Curitiba

Marc Sjostedt, diretor geral da Louis Vuitton para o Brasil, Chile e Uruguai

Com 150 anos de história – 24 deles no Brasil – a grife francesa Louis Vuitton caiu no gosto dos consumidores brasileiros do segmento de luxo. Em 2009, uma pesquisa da consultoria MCF já mostrava que a marca de luxo era a preferida dos brasileiros, que hoje figuram na lista dos 10 maiores compradores da rede no mundo. Ao todo, são 463 lojas em 63 países. Prestes a inaugurar a primeira loja na região Sul e a sétima do país, no Pátio Batel, o diretor geral da Louis Vuitton para o Brasil, Chile e Uruguai, Marc Sjostedt, falou com a Gazeta do Povo sobre a nova operação.

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O que trouxe a Louis Vuitton para Curitiba?

O Brasil está alcançando o sucesso que esperávamos e isso traz novas perspectivas em outras cidades. Sempre víamos nas nossas lojas em São Paulo uma forte clientela curitibana. Outro ponto importante foi à qualidade do empreendimento Pátio Batel. Fizemos os primeiros contatos há três anos e desde então passamos bastante tempo viajando para Curitiba para entender o cliente. A loja no Pátio Batel será a primeira no Sul do Brasil, marcando uma importante expansão para alcançar novos clientes, não apenas em Curitiba, mas em seu entorno, incluindo cidades de Santa Catarina.

Qual a relação da grife com o consumidor brasileiro?

É uma história de 25 anos. A Louis Vuitton foi pioneira do segmento de luxo a vir para o Brasil. O fato de os brasileiros estarem viajando mais para os Estados Unidos e à Europa, também contribuiu para aumentar o conhecimento da marca.

Como a marca vê o consumidor brasileiro?É um mercado consumidor que amadureceu muito nos últimos cinco anos. A clientela brasileira conhece os produtos de moda e do segmento de luxo. Além disso, os brasileiros viajam muito e estão sempre atentos às novidades.

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E os profissionais que vão trabalhar na loja de Curitiba?

Antes de tudo, procuramos profissionais com identificação e paixão pela marca. O conteúdo específico da marca nós conseguimos transmitir por meio de treinamentos. A nossa equipe curitibana é formada por 15 pessoas e passou por seis meses de treinamento para garantir um atendimento no mesmo nível das outras lojas no mundo todo.

No início de agosto, a Louis Vuitton inaugurou sua loja online no Brasil. Porque a opção pelo e-commerce?

Nós temos lojas únicas que proporcionam aos nossos clientes a sofisticação Louis Vuitton na experiência de compra em quatro cidades brasileiras, mas acreditamos que chegou a hora de expandir. O Brasil é o quinto maior mercado de internet no mundo, onde 40% da população se conectam regularmente à internet. Foi uma decisão quase natural estender nossos serviços para o mundo virtual e atender aos novos clientes de cidades importantes para a marca, como Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre, por exemplo.

O consumidor de luxo gosta de exclusividade. Como a marca lida com a pirataria?

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Temos uma equipe mundial que luta contra isso tentando limitar esse problema de cópias em todo o mundo. Nós investimos muito dinheiro para limitar o avanço da pirataria. Por outro lado, as cópias não deixam de ser um atestado de sucesso da marca, afinal, só se copia aquilo que é bom e realmente tem valor.