Flamengo

Além de ser a maior beneficiária dos patrocínios da Sercomtel, a SM Sports, do empresário Sérgio Malucelli, responsável pelo futebol profissional do Londrina Esporte Clube (LEC), foi a causa das investigações da Câmara Municipal. Entre os pontos que chamaram a atenção dos auditores está a agilidade com que a empresa conseguia patrocínio para eventos como a participação do Corinthians em Londrina para jogar contra o Flamengo. As duas pré-temporadas do clube carioca na cidade, em 2011 e 2012, também estão na lista. Foram R$ 42 mil para sete dias no primeiro ano e R$ 90 mil para 15 dias no segundo ano. Malucelli não foi localizado para comentar o assunto.

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A Sercomtel teve um prejuízo de R$ 4 milhões, no período que vai de janeiro de 2011 a agosto de 2012, com patrocínios feitos sem obedecer à lei de licitações, sem exigir prestação de contas e sem critérios para avaliar o retorno de mídia. Estas são algumas das conclusões de uma auditoria feita pela Câmara Municipal de Londrina, divulgada ontem à tarde. O período investigado pega as presidências de Fernando Kireeff, irmão do prefeito Alexandre Kireeff (PSD), e de Roberto Coutinho, durante a administração do prefeito cassado Barbosa Neto (PDT). "A Sercomtel teve um prejuízo de quase R$ 4 milhões com patrocínios irresponsáveis, trazendo lesão aos cofres públicos", disparou o presidente da Casa, Rony Alves (PTB), ao apresentar o relatório.

O material foi encaminhado para a Sercomtel e para o prefeito. A maior beneficiária da política de patrocínios da Sercomtel foi a SM Sports, que administra o futebol profissional do Londrina Esporte Clube (LEC): a empresa recebeu, no período investigado, R$ 1,134 milhão. Entre os outros times da cidade, o Cincão Esporte Clube recebeu R$ 70 mil líquidos e o Junior Team Futebol, R$ 109 mil líquidos. Os patrocínios beneficiaram até o Movimento Brasil Competitivo (MBC), para a implementação do programa "Modernizando a Gestão Pública" na Prefeitura de Londrina.

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O relatório feito pela Con­troladoria da Câmara questiona o fato de a Sercomtel não ter "realizado qualquer tipo de seleção pública para eleger as entidades e empresas aptas a receberem valores a título de patrocínio, descumprindo a Lei de Licitações". Com isso a empresa de telefonia teria deixado de buscar "a proposta mais vantajosa" para o patrocínio.

Outro ponto destacado no relatório é o de que os patrocínios firmados pela Sercomtel desobedecem à legislação por não passarem por "aprovação da assessoria jurídica da companhia". A auditoria acusa ainda a inexistência de uma regulamentação definindo prazos para "apresentação de projetos, análises e estudos de retorno de mídia". Sem isso, a empresa investiu sem ter certeza de que haveria um retorno.

A reportagem procurou os ex-presidentes da Sercomtel Fernando Kireeff e Roberto Coutinho, mas eles não foram localizados.