O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, disse nesta quarta-feira (22), em Curitiba, que, se necessário, o governo vai "enfiar a faca" no corte de despesas para manter o orçamento equilibrado para o próximo ano. Segundo ele, em novembro será feita uma reunião para revisão do orçamento e "eventualmente pode ter mudanças". Depois será enviado à Comissão de Orçamento para que sejam recalculadas receitas e despesas. "Se precisar enfiar a faca, vamos enfiar a faca porque o orçamento tem que sair equilibrado", insistiu. "Nós não vamos mexer na meta de superávit".
Sobre as medidas anunciadas pelo governo com a edição da Medida Provisória 443, Bernardo garantiu que os bancos públicos estão com "bala na agulha". "Conversei com a presidência da Caixa Econômica Federal e o banco tem aproximadamente R$ 7 bilhões para começar a conversar", afirmou. "Estamos com força para ajudar a resolver." A MP autoriza a CEF a adquirir o controle acionário de bancos e atuar de maneira bastante forte no setor imobiliário.
Bernardo reafirmou que não há bancos em dificuldade financeira no País. "Mas se continuar parado o sistema de crédito, inclusive no empréstimo interbancário, fatalmente vamos ter bancos em dificuldade", salientou. "As medidas têm caráter preventivo, mas acabam significando um aporte maior, os bancos vão se interessar mais pela concorrência." O ministro esteve em Curitiba participando da assinatura de contrato para o início das transmissões da televisão digital no Paraná.