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Telefonia

Paulo Bernardo irá para Europa e EUA “vender” o leilão do 4G

Arrecadação com leilão do 4G deve chegar a R$ 7,5 bilhões | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Arrecadação com leilão do 4G deve chegar a R$ 7,5 bilhões (Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo)

O ministro das Comu­nica­ções, Paulo Bernardo, viaja ao exterior em junho para conversar com possíveis investidores para o leilão de concessão da faixa de 700 MHz para transmissão de dados de quarta geração, o 4G. A delegação brasileira passará por Estados Unidos e Europa, por sugestão da própria presidente Dilma Rousseff. Ontem, Bernardo admitiu que pode haver algum ajuste na data do leilão, mas reforçou que a realização dificilmente passará de agosto.

Diante das especulações da entrada de novas operadoras estrangeiras no país interessadas na nova faixa de 4G, Bernardo confirmou que tem mantido conversas com empresas interessadas no leilão, mas não quis revelar nomes. "Estamos conversando informalmente com muita gente. Mas não vamos divulgar nada", declarou. O governo tem segurança de que as quatro grandes empresas de telecomunicações no Brasil –Vivo, TIM, Oi e Claro – participarão do leilão de 4G.

O ministro lembrou que a previsão de arrecadação do novo leilão feita pelo Ministério da Fazenda é de R$ 7,5 bilhões, mas disse que o valor pode ser maior, caso haja concorrência. "Vamos fazer todos os cálculos de novo antes de publicar o edital. Foi estipulado um preço mínimo pelos lotes. Claro que leilão é leilão, pode ser que haja uma concorrência maior e aumente a arrecadação prevista", ressaltou.

Quanto às críticas sobre a ausência de obrigações de cobertura para as operadoras interessadas, Bernardo afirmou que o edital prevê contrapartidas como indenizações a canais analógicos de televisão que terão que liberar a faixa de 700 MHz para o 4G.

Copa

O ministro reiterou que o Brasil não deve ter problemas de transmissão de dados durante a Copa do Mundo. No entanto, ele confirmou que todos os estádios deveriam ter cobertura wi-fi para atender ao aumento da demanda durante os jogos de futebol, o que pode não ocorrer – apenas seis dos doze estádios que sediarão partidas do mundial fecharam contratos para disponibilizar cobertura wi-fi para os torcedores. Os outros seis ainda não chegaram a um acordo com operadoras de telefonia, por divergências nos preços dos contratos.

O ministro disse que o ministério não pode se meter nas negociações. "Isso é uma negociação privada entre as teles e os estádios. Como vamos falar quanto têm que pagar? O Maracanã é administrado por uma empresa privada, nós vamos fazer lobby para quem? Para as teles ou para os estádios? Para nenhuma das duas", declarou.

Bernardo garantiu que a cobertura 3G e 4G nos estádios já está resolvida, em fase de instalação. O ministro também afirmou que a transmissão de televisões em alta resolução está assegurada, com todo o cabeamento em fibra óptica finalizado, inclusive com um anel de cabos sobressalente, caso o primeiro seja prejudicado por algum contratempo na finalização das obras.

Fibra ótica

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que 95% dos municípios brasileiros precisam ter cobertura com fibra ótica até os próximos quatro ou cinco anos. Segundo ele, o país depende desse reforço de infraestrutura não só para aumentar a cobertura e a qualidade de transmissão, mas também para reduzir os preços ao consumidor. O ministério está discutindo a possibilidade de realização de investimentos para dar conta de implantação desta infraestrutura – recentemente, o BNDES passou a aceitar pedidos de crédito pelo Finame para fibra ótica.

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