O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, aprovou ontem o teste feito com a internet rural na frequência de 450 MHz. Durante alguns poucos minutos, na Escola Rural Marumbi, em Morretes, Bernardo navegou no site do próprio ministério e teve uma conversa de voz com a mulher, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que estava em Brasília.
A velocidade da conexão chegou a 500 kbps, dez vezes mais que uma conexão discada, mas ainda abaixo da maioria dos pacotes de banda larga oferecidos em áreas urbanas. O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, João Rezende, e o presidente da Oi, Francisco Valim, também estiveram presentes.
A partir de maio será aberto o processo de licitação para a frequência de 450 MHz. A empresa que vencer o leilão poderá oferecer o serviço de telefonia fixa e internet para localidades rurais. A licitação da frequência será realizada juntamente com a da banda larga 4G e Bernardo assegurou que, em um primeiro momento, os leilões ocorrerão de forma independente; no entanto, caso a frequência rural não seja vendida, o comprador da banda larga 4G deverá adquirir em conjunto o direito sobre a frequência 450 MHz.
De acordo com estudo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no Brasil há 30 milhões de habitantes em áreas rurais, que correspondem a 8 milhões de domicílios. Desse total, apenas 6% estão on-line. "Com a rede de frequência de 450 MHz, 44% desses domicílios terão acesso à internet em até cinco anos. Isso representa um aumento de 4% do PIB na área rural", afirmou o ministro.
O presidente da Oi, Francisco Valim, destacou a atuação da empresa nessas áreas. "Nós já temos mais de 20 mil torres cobrindo a área rural. Estamos participando do teste de uma tecnologia que não é normalmente usada em larga escala e poderia ser interessante para essa cobertura", afirma.
Para a agricultora Gislaine Cagni Santiago, moradora de Morretes, o teste de transmissão é uma boa iniciativa. "É difícil conseguir sinal de celular aqui e vai ser ótimo se tivermos internet. A gente, que mora no sítio e tem dificuldade de se comunicar, fica perdida sem sinal. Vai ser muito bom para os estudantes e para os turistas", afirma a agricultora, que já está conectada ela tem internet em casa via rádio.