O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, voltou a defender nesta quinta-feira, em audiência na Comissão Mista de Orçamento, um ajuste de longo prazo nas contas públicas como alternativa para garantir ao país uma trajetória de crescimento sustentado. A proposta já recebeu críticas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o próprio Paulo Bernardo reconheceu que no momento não existe clima no governo para a retomada dessa discussão, objeto de divergências entre os ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil) no fim do ano passado. Perguntado se havia condições no momento de um debate dentro do governo sobre o ajuste de longo prazo, o ministro foi evasivo.
- Aí é outro problema, é outra discussão. Eu, por exemplo, torço pelo meu time Palmeiras e gostaria que fosse campeão. Mas se ele não é campeão...
Quanto às posições divergentes na equipe econômica sobre esse tema, Paulo Bernardo afirmou:
- Ele (Mantega) tem direito de ser contra e eu tenho o direito de ser a favor. Apenas fiz um debate com parlamentares sobre como garantir que o crescimento seja sustentado, como fazer o ajuste fiscal e manifestei algumas opiniões.
O ministro do Planejamento reiterou na Comissão que o governo vai fazer um supérávit de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.
- Isso virou cláusula pétrea. Não vai ser menor em hipótese alguma - afirmou.