Vídeo| Foto: Reprodução / Paraná TV

Os pecuaristas do Paraná começam hoje a vacinar o gado contra a aftosa sem uma perspectiva de quando o estado vai recuperar o status de área livre da doença. A campanha vai até dia 20, mas a Organização Internacional de Epizootias (OIE) pretende esperar a regularização do quadro sanitário no Mato Grosso do Sul para rever sua posição sobre a região, rebaixada em outubro de 2005. O estado vizinho ainda precisa abater 20 mil animais de regiões suspeitas para chegar ao ponto onde o Paraná estava um ano atrás. Enquanto isso, a vacinação tem sido a única medida ao alcance do Paraná.

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O Mato Grosso do Sul também entra na campanha de vacinação, que ocorre em 15 estados e no Distrito Federal. Por outro lado, o abate de mais 20 mil cabeças de gado, determinado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), não tem data para ocorrer. Faltam R$ 25 milhões para indenizar os criadores, dinheiro que vem sendo cobrado do governo federal. Um ano depois do abate da última cabeça é que o circuito sanitário que envolve o Paraná deve ser considerado área livre da doença novamente.

Apesar de nenhum animal ter apresentado sintomas da doença no Paraná, os testes de laboratório que indicaram que o estado era uma área de risco continuam produzindo efeitos: 54 países ainda recusam a carne da região. Só dois – Angola e Colômbia – voltaram a importar. No território nacional, o estado conseguiu reabrir parcialmente os mercados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (a carne com osso ainda é barrada) e enfrenta restrições no Espírito Santo.

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Enquanto o governo do Mato Grosso discute com o federal sobre quem vai indenizar os proprietários dos 40 mil animais que devem ser abatidos neste ano (20 mil já foram para os frigoríficos e há R$ 23,3 milhões para indenizar os pecuaristas), a região perde a chance de ter seu status revisto nas reuniões ordinárias da OIE. Foi o que ocorreu em fevereiro e deve se repetir agora em maio, avalia o economista Gustavo Fanaya, analista do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná.

A expectativa dos criadores brasileiros é que a reunião que será aberta dia 20, em Paris, resulte, pelo menos, na concessão do status de área livre de aftosa sem vacinação para Santa Catarina.

Pelo interesse de países como os Estados Unidos, a OIE deve discutir na próxima reunião o sistema de circuito sanitário. Se estados como o Paraná passarem a ser considerados áreas autônomas, o quadro muda. Porém, países como o Japão, que não aceita nem o sistema de circuito, são contra essa proposta e adotam uma só política para cada país.

Enquanto o atual sistema de avaliação internacional estiver em vigor, a saída é vacinar o gado e isolar as divisas com outros estados e as fronteiras internacionais, diz Fanaya. Em sua avaliação, Santa Catarina é um bom exemplo. "Temos que trabalhar rapidamente para, num horizonte, retirar a vacinação e não deixar passar um mosquito suspeito pela fronteira."

O secretário da Agricultura e Pecuária do Paraná, Valter Bianchini, disse sentir boa disposição dos criadores em continuar vacinando o gado, depois de participar do lançamento estadual da campanha, sexta-feira, em Loanda (Noroeste). O mutirão segue os alertas dos especialistas do setor. O governo do estado diz que não pretende deixar sem vacinação um único animal dos 27 municípios que vão da divisa com Mato Grosso do Sul à fronteira com Paraguai e Argentina. Essa área de alerta tem 700 mil dos 10,2 milhões de bovinos e bubalinos paranaenses.

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