Os pecuaristas do Centro-Oeste fecharam um acordo nesta segunda-feira (25) para restringir as vendas de gado para os frigoríficos. Produtores de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul decidiram que a partir de amanhã não venderão mais a prazo. A comercialização só ocorrerá mediante pagamento à vista. Além disso, os produtores decidiram que não venderão mais para os frigoríficos que estão em processo de recuperação judicial e que tenham dívidas com os pecuaristas.

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Segundo o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), Mozart Carvalho de Assis, as duas medidas fazem parte de uma lista com seis pontos que foi criada hoje em um encontro que reuniu, além da Faeg, as federações de Mato Grosso e Goiás, juntamente com o Fórum Permanente da Pecuária de Corte da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

"Além desses dois itens vamos nos reunir com os administradores judiciais de alguns frigoríficos para tentar acelerar os processos, trabalhar junto ao Senado para alterar a lei de recuperação judicial vigente, apresentar o problema para as entidades que representam os frigoríficos e criar um fundo garantidor da pecuária de corte", disse Assis.

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Apesar de a estratégia ter sido adotada pelos pecuaristas do Centro-Oeste, a ideia é levar as propostas para os produtores de outros Estados, especialmente Minas Gerais e São Paulo, que também são importantes no abastecimento das indústrias. "Vamos parar de financiar as indústrias e os frigoríficos que têm dívidas com os produtores terão que sair da cadeia", disse Ademar Silva Júnior, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul)

A proposta de alteração da lei de recuperação judicial foi apresentada pelo senador Gilberto Goellner (DEM-MT). A ideia é que a lei passe por algumas adequações, principalmente no que diz respeito às empresas ligadas ao agronegócio. "Se o pecuarista parar de fornecer esses frigoríficos não terão como pagar os demais credores. Pedir recuperação judicial virou um grande negócio no Brasil", afirma Assis.

Assim como a alteração da lei, a proposta de criação do fundo garantidor foi considerada pelos produtores como uma medida de longo prazo. A ideia foi apresentada pela Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e consiste em que os frigoríficos depositem uma determinada quantia em dinheiro em um fundo, que seria utilizado para pagar os pecuaristas em casos de dificuldades financeiras das indústrias.