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polo moveleiro

Pedido do setor de móveis é ignorado

Com IPI de 10%, setor de estofados foi o mais afetado pela crise | Maurício Borges/Gazeta do Povo
Com IPI de 10%, setor de estofados foi o mais afetado pela crise (Foto: Maurício Borges/Gazeta do Povo)

Quatro meses depois de se reunirem em audiência com o mi­­nistro do Planejamento, Paulo Bernardo, em Brasília, os moveleiros do polo de Arapongas (Norte do Paraná) e de outras regiões do país não obtiveram resposta de suas reivindicações para o setor. A exemplo da indústria automobilística, do segmento da construção civil e da linha branca de eletrodomésticos (geladeiras, freezers, fogões e outros), os empresários moveleiros pleiteavam uma isenção temporária do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), numa tentativa de "dar um fôlego ao setor".

"Infelizmente, passados cerca de 120 dias do encontro que mantivemos no ministério, não fomos atendidos e nem ao menos uma resposta ou uma justificativa conseguimos do ministro", diz o secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), Silvio Luiz Pinetti.No mês de maio, uma comitiva do sindicato araponguense, que congrega cerca de 150 indústrias moveleiras da região, oficializou a reivindicação da isenção temporária do IPI, que seria extensiva a toda a indústria de móveis do país. "Esse benefício seria importante para a manutenção dos postos de trabalho em meio a uma crise financeira sem precedentes", avalia Pinetti.

No encontro, os empresários lembraram ao ministro que, em maio de 2008, o Congresso Nacional aprovou uma lei que deixaria todas as alíquotas de móveis em 5%. Con­tudo, a legislação foi vetada pelo presidente Lula. O setor mais prejudicado foi o de estofados, que continua com uma alíquota de 10% no IPI, enquanto os demais (dormitórios, armários, raks, etc.) têm alíquota de 5%.

No polo moveleiro de Arapongas, a partir de maio foram registradas cerca de duzentas demissões de trabalhadores no setor de estofados. "O impacto maior da crise aconteceu neste setor, mas agora, com as vendas de fim de ano, as indústrias esperam ingressar numa fase de recuperação", pondera Pinetti.

Estofados

O empresário Marcelo Carandina, sócio-proprietário dos Estofados Gralha Azul, com três unidades fabris e 450 empregados, lamenta a recusa do governo em aliviar a taxação. "Essa alíquota de 10% para o segmento de estofados perdura há 10 anos e até agora não teve uma explicação satisfatória, nem mesmo da parte do ministro", assinala.O empresário argumenta que o setor de estofados é o que arca com os fretes mais caros, devido ao volume dos produtos, e é também o que mais aproveita mão de obra. "Se tivéssemos um IPI mais baixo, certamente daria para dobrar ou até triplicar o número de empregos do setor", frisa Carandina.

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