Pela primeira vez no ano, a geração de vagas de emprego com carteira assinada nas regiões metropolitanas do País superou a abertura de postos de trabalho no interior. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram criados 97.298 empregos formais nas nove áreas metropolitanas no mês passado, o que representa um número recorde para o mês de agosto. No interior, porém, a geração de emprego somou 77.184 vagas em agosto.
O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, explicou que essa inversão na geração de empregos é normal a partir do segundo semestre do ano, em função do ciclo agrícola.
O setor da agricultura registrou demissões de trabalhadores com empregos formais no mês de agosto. O setor demitiu 4.995 pessoas por motivos sazonais, relacionados à entressafra no Centro-sul do País. O ministro do Trabalho ressaltou, no entanto, que a queda foi menor do que a registrada em agosto de 2007, quando a agricultura demitiu 30.806 trabalhadores.
"O ano de 2008 está sendo tão forte, tão atípico, que o homem do campo está preferindo manter o seu trabalhador e diversificar as culturas. É até surpreendente, mas estamos em um círculo virtuoso, que acho que vai demorar alguns anos", disse Lupi.
O setor de serviços foi o que mais contribuiu, com a abertura de 95.191 novos postos de trabalho, número recorde para o mês para este segmento. A indústria de transformação criou 54.576 novos empregos formais, enquanto o comércio contribuiu com 54.159 novos postos. Para o comércio, o resultado também é recorde no mês. A construção civil apresentou a maior taxa de crescimento do emprego, que foi de 35.882 em agosto. E o setor extrativo mineral criou 1.579 postos de trabalho, também uma geração recorde no mês.
Na avaliação do ministro, os ganhos reais no valor do salário mínimo também criaram "uma escada" que levou à melhoria do salário em todos os setores. Segundo ele, 90% dos acordos coletivos de trabalho fechados este ano tiveram ganho real para o trabalhador.
Lupi afirmou também que a sua expectativa é de que sejam gerados mais de 2 milhões de empregos formais em 2008. "É um número forte em qualquer país do mundo. É um número para ser exportado até para a China", disse. A previsão do Ministério do Trabalho no início do ano era a criação de 1,8 milhão de empregos com carteira assinada este ano.
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