Os servidores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) entraram em greve nesta terça-feira (12). Somente em Londrina, são 500 funcionários e todos cruzaram os braços. A paralisação foi definida em assembleia na tarde de segunda (11), como forma de a categoria reivindicar melhorias nos planos de carreira dos funcionários. Um projeto estabelece reposição salarial de 15% a 38%, mas até o início da manhã desta terça (12), não havia sido encaminhado pelo governo estadual à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Esta é a segunda paralisação do ano. Entre junho e julho, os servidores de Londrina, que também respondem pela região de Maringá, cruzaram os braços. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais na Área de Pesquisas Agrícolas e Agropecuárias do Estado do Paraná (Sindpar), Ricardo Moura, as negociações se estendem desde o início do ano. "Há sete meses estamos nessa luta. A negociação da reposição dos salários foi prometida pelo governador Beto Richa [PSDB], mas ele não manda o projeto para votação dos deputados."
A hipótese de suspender a greve foi cogitada durante a assembleia de segunda-feira (11), mas uma intervenção da diretoria do Iapar, segundo o presidente do sindicato, fez com que a possibilidade fosse descartada pela categoria. "Houve uma intervenção intempestiva e desastrada, com diretores compelindo os estagiários a voltarem ao trabalho. Até podíamos não fazer a greve, mas o clima ficou tão tenso que essa negociação não foi possível", relatou.
Em nota oficial, publicada no site do instituto, a direção do Iapar garante que a tabela salarial vem sendo reajustada pelo índice oficial de inflação. Segundo o texto, o acumulado no período já é de 43,98%. Um grupo de trabalho foi formado, segundo o comunicado, para trabalhar na reestruturação dos planos de carreira.
Questões legais teriam impedido uma maior correção nos salários, aponta a nota. A adoção de medidas emergenciais propostas pelo Sindpar, previstas para atender as categorias de menor salário, também não saiu do papel por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal. Os limites prudenciais impuseram restrições à negociação. O texto também traz um número de protocolo da tramitação da proposta de reajuste salarial de 15% a 38%, internamente, no governo do estado.
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