A safra nacional de grãos 2010/2011 deve ser 500 mil toneladas menor que o previsto um mês atrás, mostra relatório divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A redução deve-se às quebras registradas no Paraná nas últimas semanas, provocadas por enxurradas e geadas. Mesmo assim, a produção nacional deve atingir o recorde de 161,5 milhões de toneladas. O volume é 8,2% maior que o de 2009/2010, quando as 14 principais culturas consideradas pela companhia renderam 149,2 milhões de toneladas.
As perdas no Paraná admitidas pela Conab se concentram no milho e no trigo. A safra de milho de inverno cai de 6,58 milhões (2010) para 5,8 milhões de toneladas (2011), uma redução de 11,8%. Até o mês passado, a previsão da Conab era de que o estado atingiria 6,8 milhões de toneladas. No trigo, o tombo é de 20,9% em relação ao ano passado e de 7,8% desde o relatório de julho, com produção estimada em 2,62 milhões de toneladas. A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) prevê queda ainda maior, com produção reduzida a 2,53 milhões de toneladas.
A safra de grãos do Paraná foi reduzida em 853 mil toneladas. Mesmo assim, a colheita de 31,98 milhões é a maior entre os estados brasileiros, com avanço de 2% sobre o resultado da temporada anterior. Em segundo lugar, segue Mato Grosso, com 30,89 milhões de toneladas, resultado 7% acima do registrado em 2009/10.
Na prática, o novo levantamento representou um recuo na escalada de reajustes que a Conab vinha fazendo nos relatórios da safra 2010/2011. Os 161,5 milhões de toneladas igualam o levantamento de agosto ao de junho. Desde fevereiro, quando as colheitas de soja e milho já tinham posições consolidadas, o volume geral da produção foi elevado em 8 milhões de toneladas pela companhia. O relatório definitivo deve ser divulgado em setembro.
