Curitiba – Depois de dois meses de queda, as vendas do comércio varejista do Paraná reagiram em junho, registrando crescimento de 2,25% em relação ao mesmo mês do ano passado. O porcentual do comércio paranaense, embora positivo, ficou bem abaixo da média nacional de 5,31%, que foi a 19.ª taxa consecutiva de alta. No primeiro semestre do ano, o comércio do Paraná acumulou aumento do faturamento de apenas 0,46% (a média nacional foi de 4,64%), refletindo a crise da agricultura. Os dados fazem parte de pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Segundo explicou o economista e consultor da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), Vamberto Santana, apesar da mudança do perfil econômico do estado nos últimos anos, decorrente da instalação das montadoras de automóveis, a agricultura continua tendo um grande peso na economia do Paraná. "A quebra da safra de verão em razão da estiagem no início do ano e a perda de preço das principais commodities causaram a queda na renda do produtor, refletindo-se no faturamento do comércio. Isso ocorreu com maior intensidade no interior do estado", explica Santana.

O crescimento das vendas em junho (sobre junho de 2004), segundo informa o economista do IBGE, Reinaldo Silva Pereira, foi resultado do impacto positivo das vendas do setor de móveis e eletrodomésticos. Esse segmento cresceu 15,56%, beneficiado pelo crédito direto ao consumidor e pelos empréstimos consignados em folha de pagamento. Na média brasileira, as lojas de móveis e eletrodomésticos acusaram em junho aumento de 21,42% nas vendas.

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De acordo com o economista da Fecomércio, esse desempenho deve-se ao fato de o Paraná ter um grande pólo moveleiro no interior, que está crescendo a cada ano e ampliando a sua clientela. "Os bons prazos de pagamento aliados aos preços atraentes dos móveis estão fazendo com que uma parte dos consumidores substitua os objetos usados por novos, o que também tem contribuído para o crescimento das vendas do setor", destaca.

Dólar

O maior crescimento porcentual em termos de venda, embora seu peso seja menor na composição do indicador, foi para equipamentos de informática. Segundo Reinaldo Silva Pereira, a baixa cotação do dólar em relação ao real tem estimulado a compra de produtos de informática (hardware e software), que apresentam preços relativamente mais baratos.

Ao contrário da média brasileira, as vendas de supermercados. hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo caíram pelo segundo mês consecutivo. Na média brasileira, este setor aumentou o seu faturamento no mês de junho em 2,02%. Mas no Paraná houve queda 5,26%. No primeiro semestre, as vendas dos supermercados e hipermercados que operam no estado amargaram perda de quase 4%.

O economista do IBGE atribui o aquecimento das vendas em supermercados e hipermercados, na média brasileira, ao aumento do salário mínimo e do nível de emprego. Já Vamberto Santana explica que a queda do setor no Paraná é conseqüência do aumento das vendas de marcas alternativas, cujos preços são menores, com reflexo direto sobre o faturamento das redes supermercadistas. "Com a perda da renda, o consumidor paranaense encontrou na compra de produtos com preços menores uma saída para a dificuldade momentânea."

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Depois de seis meses consecutivos de queda, os postos de combustíveis do Paraná conseguiram aumentar as suas vendas em junho. Em relação ao mesmo mês de 2004, o crescimento foi de 12,31%. No primeiro semestre do ano, o volume de vendas dos combustíveis e lubrificantes caiu 1,94%, quando comparado a semelhante período de 2004.