Ouça este conteúdo
Professores, ativistas, economistas, ex-ministros, parlamentares e intelectuais de esquerda assinaram um manifesto contra o corte de gastos estudado pela equipe econômica do governo Lula.
Lançado pela Revista Movimento, o manifesto já conta com assinaturas de nomes como o escritor Vladimir Safatle, a historiadora Virgínia Fontes, o sociólogo Ruy Braga e os ex-ministros José Gomes Temporão (Saúde) e Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia).
Também assinam o documento as deputadas do PSOL Luiza Erundina (SP) e Sâmia Bomfim (SP).
“Embora os detalhes finais ainda não tenham sido divulgados, já está evidente que essas medidas fazem parte de uma estratégia de austeridade que aprofunda o Novo Arcabouço Fiscal e ataca diretamente conquistas sociais históricas”, diz um trecho do manifesto.
“Desde o início, o Novo Arcabouço Fiscal foi concebido para impor limites rígidos aos gastos sociais e aos investimentos públicos, enquanto protege as despesas financeiras, especialmente o pagamento de juros que beneficiam os grandes rentistas”, diz outro trecho
O movimento chama as medidas estudadas para o corte de gastos de “pacote antipopular”.
“Defendemos que o Novo Arcabouço Fiscal seja alterado ou revogado para que os direitos sociais não apenas sejam preservados, mas também expandidos, garantindo a inclusão e a proteção da população mais vulnerável”, diz o documento.
Governo ainda estuda cortes
Na terça-feira (29), Haddad disse que não há prazo para divulgação de medidas voltadas ao corte de gastos públicos. Após a declaração, o dólar registrou alta de 0,92% e terminou o dia cotado a R$ 5,761, o maior patamar da moeda americana desde 2021, quando atingiu R$ 5,766.
Além da incerteza fiscal no Brasil, a expectativa dos dados de emprego dos Estados Unidos também impactou o dólar. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores (B3), fechou em queda de 0,37%, aos 130.729 pontos.
Nesta quarta-feira (30), Haddad disse que entende a “inquietação” do mercado com a demora do governo Lula para anunciar o pacote de corte de gastos.
Também nesta quarta, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, tentou acalmar o mercado e garantiu que o presidente Lula (PT) vai “enquadrar” as despesas para cumprir o arcabouço fiscal.
Os ministros responsáveis pelas decisões de política fiscal e orçamentárias do governo se reunirão na Junta de Execução Orçamentária (JEO), nesta quarta.
Mesmo com vários temas na pauta da reunião, a expectativa é de que o encontro sirva para avançar na definição da proposta de corte de gastos