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PREVIDÊNCIA

Perto da extinção, fator previdenciário poupou R$ 75 bilhões ao INSS

 | Antônio More/Gazeta do Povo
(Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

Candidato à extinção em caso de reforma da Previdência, o fator previdenciário gerou uma economia de R$ 75 bilhões aos cofres do INSS entre 2000 e 2014, segundo estudo de seis pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento. Esse é o valor que deixou de ser pago aos brasileiros que se aposentaram relativamente cedo, por tempo de contribuição.

Os autores afirmam que, embora não tenha levado os trabalhadores a adiar significativamente a aposentadoria, o fator atenuou o aumento das despesas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que é mantido pelo INSS.

Eles também constataram que, se continuasse em vigor nas próximas décadas, o mecanismo seria quase tão eficiente para limitar os gastos previdenciários quanto a implantação de uma idade mínima “benevolente” para a aposentadoria.

Em outras palavras, uma reforma “fraca” da Previdência não terá impacto relevante sobre a situação do INSS e obrigará um futuro governo a adotar medidas mais drásticas para garantir a sobrevivência do sistema previdenciário.

Um dos pesquisadores que assina o trabalho é Marcelo Abi-Ramia Caetano, hoje secretário da Previdência Social e um dos responsáveis pela proposta de reforma que será enviada ao Congresso.

Conheça as regras da aposentadoria pelo INSS

Simulações

Conforme as simulações dos pesquisadores do Ipea, se o fator não tivesse sido desidratado pela regra 85/95 progressiva, implantada no ano passado, as despesas do RGPS subiriam do equivalente a 7,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 para 15,3% do PIB em 2060.

Embora bastante elevado, esse patamar é apenas ligeiramente mais alto que o alcançado com uma possibilidade de reforma simulada no estudo: a entrada em vigor, daqui a cinco anos, de uma idade mínima de 55 anos para mulheres e 60 anos para homens, que seria elevada aos poucos até chegar, em 2041, a 60 e 65 anos, respectivamente. Nesse cenário, o gasto do RGPS chegaria a 14,6% do PIB em 2060.

“Medidas adicionais – como a redução da diferença de exigências entre homens e mulheres e a desvinculação entre o salário mínimo e o piso previdenciário – terão de ser consideradas, caso uma despesa de cerca de 15% do PIB apenas com o RGPS seja considerada excessiva no longo prazo”, observam os autores do estudo.

Temer

As regras estudadas pela equipe do presidente Michel Temer são mais severas que as usadas na simulação dos pesquisadores do Ipea. Embora a reforma ainda não tenha sido enviada ao Congresso, o governo já sinalizou que pretende implantar um modelo de transição para que, em 15 anos, todos os brasileiros – homens e mulheres, trabalhadores urbanos e rurais, do setor público e privado – se aposentem aos 65 anos.

A proposta também deve ter um “gatilho”, para ampliar a idade mínima à medida que crescer a expectativa de vida dos brasileiros. É provável, no entanto, que durante sua tramitação a reforma seja suavizada pelos parlamentares.

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