O principal índice de ações brasileiras teve seu pior dia em quase quatro meses nesta segunda-feira ao acompanhar o pessimismo dos mercados globais com a fraqueza econômica dos EUA e a crise na zona do euro.
Pressionado pela blue chip Petrobras, O Ibovespa cedeu 1,98 por cento, aos 63.067 pontos, na maior queda diária desde 9 de fevereiro.
O giro financeiro da sessão ficou em 5,99 bilhões de reais, volume que, mesmo amparado pelo fluxo de 1,27 bilhão de reais de uma operação direta com ações ON do Bradesco, ficou abaixo da média diária do ano.
Depois de alimentar nos últimos dias expectativas de que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional dariam um novo socorro à Grécia, nesta segunda-feira os investidores passaram a embutir nos negócios a possibilidade de revés, após o próprio governo grego afirmar que um pacote ainda não estava fechado.
O principal índice acionário da Europa caiu para o menor patamar em 11 semanas, puxado sobretudo por ações de bancos.
O mesmo segmento também foi um dos vilões na Bolsa de Nova York, onde os principais indicadores voltaram às mínimas desde março, em meio a um pessimismo com os indicadores mais recentes da economia dos Estados Unidos que mostraram uma recuperação mais lenta que a prevista.
A bolsa paulista vinha esboçando resistência a essa maré negativa desde sexta-feira, quando o Ibovespa subiu na contramão internacional. Com a persistência do pessimismo global, que também empurrou as commodities ladeira abaixo, os investidores mudaram de mão.
"Nós tínhamos descolado de Wall Street, mas o cenário manteve-se de baixa, por isso tivemos um alinhamento", disse Rodrigo Falcão, operador da corretora ICAP.
O papel preferencial da Petrobras, refletindo a baixa nas cotações do petróleo, caiu 2,44 por cento, a 23,20 reais. OGX foi ainda mais longe, tombando 3,8 por cento, a 15,18 reais.Setores como o imobiliário e o de siderurgia caíram em bloco. Brookfield, um das piores do dia, despencou 5 por cento, a 8,36 reais. Entre as fabricante de aço, o papel preferencial da Usiminas perdeu 4,1 por cento, a 14,45 reais.
O setor bancário, seguindo a influência externa, também performou mal, com Itaú Unibanco puxando a fila, com baixa de 2,32 por cento, a 35,02 reais.
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