A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) interrompeu seus negócios na tarde desta quarta-feira (22) após recuar 10%, seguindo a onda negativa mundial com o aumento da possibilidade de recessão nas economias européias.

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O "circuit breaker" - mecanismo que interrompe as negociações - foi acionado às 17h17. Pelas regras da Bovespa, os negócios devem ser retomados meia hora depois de sua interrupção (portanto, às 17h47). Se, após retomados os negócios, a queda atingir 15%, as operações são novamente paralisadas, desta vez por uma hora.

A última vez que o sistema havia sido acionado havia sido no dia 15 de outubro. Desde o agravamento da crise financeira, o mecanismo já acionado seis vezes - a primeira delas no dia 29 de setembro.

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Cenário

Um dos motivos do cenário pessimista é a admissão do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, de que o Reino Unido não escapará da recessão. "Depois de ter adotado ações no sistema bancário, agora devemos adotar ações para enfrentar a recessão financeira mundial, que provavelmente provocará uma recessão na Grã-Bretanha", afirmou o líder inglês.

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Novos resultados negativos de empresas também colocam pressão nos índices e fazem os indicadores da Bolsa de Nova York apontarem para baixo. O banco Wachovia anunciou prejuízo recorde de US$ 23,9 bilhões nesta quarta. A fabricante de aeronaves Boeing também teve recuo de 38% em seus resultados.

Das 49 companhias americanas que anunciaram previsões de resultados entre segunda-feira à noite e terça-feira, 45% foram negativos, 30% de acordo com as expectativas, 21% moderados e apenas 3% positivos.

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No Brasil, os investidores acompanham o anúncio de medidas do governo contra a crise financeira. Nesta quarta, uma Medida Provisória autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprar participações em outras instituições financeiras no país. Em coletiva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que 'não tem banco quebrando no país'.

Quedas mundiais

Na Europa, o índice FTSE-100, da bolsa de Londres, encerrou o pregão em baixa de 4,46%, mesmo percentual registrado por Frankfurt. A bolsa de Madri, influenciada pelas quedas de mais de 10% na Argentina, recuou 8%. No geral, o índice que reúne os mercados europeus caiu 5,5%.

A situação se repetiu na Ásia. O pior desempenho ocorreu em Tóquio, onde o índice Nikkei, que registrou pequeno lucro no pregão de terça (21), perdeu 6,79% e fechou o dia em 8.674,69 pontos. Foi a décima pior queda percentual desde a criação do indicador, em 1950.