Com o cenário econômico sem boas perspectivas para os próximos meses, os empresários da Região Sul preveem um ano de crescimento tímido e planejam estratégias para contornar as dificuldades. Segundo sondagem feita pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), 44,3% das empresas da região esperam que 2015 seja pior do que o último ano em termos econômicos.
Empresários esperam apoio do governo com redução da carga tributária
Enquanto no ano passado o controle da inflação ficou em primeiro lugar entre os itens que o governo federal deveria priorizar, na opinião das empresas, em 2015 o tema dividiu o pódio com a redução da carga tributária, apontada por 70% dos entrevistados como item de maior impacto nos negócios. Segundo a PwC, além da redução, as empresas sulistas defendem a simplificação dos trâmites de apuração e pagamento de tributos.
“Em momentos mais críticos o empresário espera um alívio no imposto. Mas como nem sempre se consegue, pede-se ao menos a diminuição da burocracia tributária. O Brasil é um dos países onde se gastam mais horas por ano para cumprir essas obrigações”, diz o sócio da PwC, Jonathas Gabardo.
Já no âmbito social, o investimento em educação é a prioridade apontada por 70% das organizações para o governo federal, acompanhada do investimento em segurança por parte dos governos estaduais, a principal preocupação de 43,2% dos entrevistados. (LS)
Realizada entre os meses de novembro e dezembro de 2014, logo após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas sem saber ainda o nome indicado para o Ministério da Fazenda e as medidas de austeridade, a pesquisa apontou preocupação das empresas tanto com fatores internos, como a lucratividade, quanto com os externos, como dólar, inflação e o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB).
Dados defasados
Mas, diante do cenário de deterioração da economia, a defasagem dos dados é evidente: 93% dos entrevistados preveem crescimento do PIB inferior a 2%; 84% esperam que o ano termine com o dólar acima de R$ 2,50; e 98% antecipam uma taxa anual de inflação superior a 5%. Já segundo o último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, o mercado espera uma retração de 0,78% do PIB, o câmbio a R$ 3,06 e uma inflação de 7,93%.
Ainda assim, 60% das empresas esperam conseguir aumentar sua participação no mercado, enquanto 34% espera um desempenho semelhante ao último ano.
“É um ano difícil e as expectativas são realistas, mas os dados apontam que as empresas não vão parar e sim rever suas estratégias e buscar fortalecimento para quando a crise passar”, diz Jonathas Gabardo, sócio da PwC Brasil.
60,3%
das empresas ouvidas pela pesquisa da PwC acreditam que a indústria do Sul deve recuperar sua competitividade entre 2015 e 2016. Perguntados sobre medidas dos governos estaduais que podem ser tomadas para fortalecer a indústria, 61,4% dos entrevistados apontaram as políticas horizontais, com créditos e benefícios tributários oferecidos sem distinção de setor.
Plano de ação
A ampliação de novos mercados e produtos aparece como principal direcionamento estratégico, apontada por 52% dos entrevistados. Em seguida, o investimento em pesquisa e desenvolvimento, com 34%, e a segmentação, com 28%, também são apontados entre os recursos prioritários para contornar as dificuldades.
Apostando nessas estratégias, 32% das empresas pretendem aumentar seu quadro de funcionários, enquanto 43% devem mantê-lo e 25% reduzirão o número de contratados.
“Apesar das demissões, que acabam sendo naturais em momentos como este, temos um bom número de manutenção e aumento do quadro, o que mostra que as empresas devem se preparar e ter energia para sair na frente assim que o cenário melhore”, explica Gabardo.
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