O vice-governador e secretário da Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, afirmou que já imaginava que a questão sobre o sacrifício sanitário dos cerca de 1,8 mil bovinos da fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira - Norte do estado, com suspeita da febre aftosa, poderia acabar na justiça, mas lamentou que de agora em diante o assunto tenha que ser tratado por essa via.
"Não queria discutir isso judicialmente, sempre quis levar na base da conversa do entendimento", disse Pessuti.
O secretário acredita que agora a conclusão do assunto será mais demorada, o que pode trazer mais prejuízos e ocasionar ainda mais a demora do Paraná em reconquistar o status de área livre da doença.
"O ministério não volta atrás. O Conesa decidiu pelo abate, assim como os produtores. O dono da propriedade não quer o abate. E o governo do Paraná, desde o início, contesta o foco e também não quer sacrificar os animais", define o secretário.
"Ou o ministério volta atrás, ou o dono da fazenda permite o sacrifício sanitário, caso contrário o impasse continua", completa Pessuti.
Decisão judicialSobre o despacho do juiz, que cita o estado do Paraná como negligente em relação às medidas para conter a doença, Pessuti afirmou que a Seab "tomou todas as medidas para conter o avanço da doença de forma imediata". Quanto à resolução sobre o sacrifício, o secretário reafirmou que desde o início o governo do Paraná contesta o foco e descarta o sacrifício.
Como a decisão judicial saiu por volta de 18h, Pessuti, que estava em viagem, afirmou que vai aguardar a notificação para saber como a Secretaria de Abastecimento e Agricultura do Paraná (Seab) irá proceder.
O secretário da agricultura do Paraná preferiu não comentar os tópicos da decisão judicial que envolve a União.
Lanagro RSPor meio de uma nota divulgada no site, o Ministério da Agricultura informou que o Laboratório Nacional Agropecuário de Porto Alegre (Lanagro/RS) recebeu no início desta semana 2.205 amostras de sorologia recolhidas em 10 propriedades, nos municípios de Maringá, Loanda, Amaporã, Grandes Rios e Bela Vista do Paraíso, do estado do Paraná.
As amostras serão submetidas a testes para avaliação de proteínas não estruturais para o vírus da febre aftosa e o resultado deverá sair na próxima semana.
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