A Petrobras reportou lucro líquido de R$ 2,510 bilhões no último trimestre de 2016, ante prejuízo de R$ 36,9 bilhões no mesmo período de 2015 e prejuízo de R$ 16,458 bilhões nos três meses imediatamente anteriores, conforme os números atribuíveis aos acionistas. Em 2016, a petroleira teve prejuízo de R$ 14,8 bilhões, ante prejuízo de R$ 34,836 bilhões em 2015. Mesmo melhorando seus resultados, a petroleira não tem condições de voltar a pagar dividendos a seus acionistas, o que já não ocorre desde 2014. Foi há dois anos que a empresa apresentou seu primeiro prejuízo desde 1991 porque reconheceu perdas de de R$ 6,2 bilhões devido aos desvios investigados na operação Lava Jato.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, comemorou a melhora dos resultados da estatal do ponto de vista operacional. O executivo fez questão de frisar, entretanto, que a petroleira continua tendo uma dívida líquida muito elevada, próxima de US$ 100 bilhões, e sua redução não deve sair do radar da diretoria executiva.
"São números de resultados operacionais positivos muito relevantes, mas quero contrastar que ainda temos uma dívida muito relevante. O trabalho precisa continuar para reduzirmos a dívida a patamares mais razoáveis", disse Parente na sede da companhia, no Rio.
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Ele destacou que a Petrobras teve a maior geração operacional de caixa entre as empresas do setor listadas em bolsa. Assim como margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 31%, um número muito positivo comparado à média de 18% das empresas listadas da indústria. Outro resultado destacado pelo presidente foi que a estatal registrou seu sétimo trimestre consecutivo de fluxo de caixa livre positivo.
De acordo com Pedro Parente, as duas métricas de topo da empresa tiveram avanços. A de segurança foi cumprida com uma redução de 24% no total de acidentados registrados, resultado considerado por ele extraordinário.
A outra métrica de topo é o processo de desalavancagem. A Petrobras, destacou o executivo, contou com a contribuição da valorização do real na redução de 6% da dívida bruta em dólares e de 22% em reais. Além disso, houve, "uma expressiva redução" anual de 31% no índice dívida líquida/Ebitda ajustado, que passou de 5,11 para 3,54 vezes no fim de 2016.
O presidente da Petrobras frisou aos jornalistas que a companhia assumiu a posição de exportadora líquida em dezembro, com o crescimento de 12% nas exportações no último trimestre do ano passado. O ponto é fundamental dentro da discussão sobre a adoção da contabilidade de hedge pela empresa, contestada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os investimentos da Petrobras totalizaram R$ 14,060 bilhões no quarto trimestre de 2016, o que representa um recuo de 32,5% ante igual intervalo de 2015 e uma aumento de 15% em relação aos desembolsos do terceiro trimestre.
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