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A Petrobras anunciou nesa quinta-feira (07) mais uma descoberta de petróleo na área do pré-sal da Bacia de Santos. Desta vez, a companhia confirmou a existência de um reservatório a 5,6 mil metros de profundidade no projeto batizado de Iara, que fica no mesmo bloco exploratório onde foi descoberto o campo de Tupi. A empresa não detalhou, porém, o volume encontrado, alegando que o poço continua em perfuração em busca de objetivos mais profundos. Especialistas esperam novos anúncios de descobertas nas próximas semanas.

O óleo encontrado em Iara é do tipo leve, hoje importado, que produz derivados de maior valor. Segundo a Petrobras, tem 30º API (medida internacional de qualidade), mais leve do que o de Tupi, que tem 28º API. Os dois projetos estão no bloco exploratório BM-S-11, onde a Petrobras tem parceria com a britânica BG, com 25%, e a portuguesa Galp, com 10%. "Após a conclusão do poço, o consórcio dará continuidade às atividades e investimentos necessários para a verificação das dimensões da jazida", informou, em nota, a estatal.

"A cada descoberta vai se confirmando que os reservatórios no local são bastante grandes e de elevada qualidade do óleo", destacou o geólogo Giuseppe Baccocoli, professor da UFRJ. Para ele, há boas chances de que os reservatórios da região sejam interligados, formando imensas jazidas petrolíferas. O fato de haver qualidades diferentes de petróleo em Tupi e Iara, diz, "não significa que tratam-se de reservatórios diferentes".

Localizado a 227 quilômetros da cidade do Rio, Iara é o oitavo prospecto (área com potencial petrolífero) confirmado na área do pré-sal da Bacia de Santos - nos últimos meses, além de Tupi, a empresa anunciou descobertas nos prospectos Guará, Júpiter, Bem-Te-Vi, Parati, Caramba e Carioca. Neste momento, a companhia mantém perfurações em Guará e Júpiter, com o objetivo de avaliar as descobertas. O mercado financeiro, portanto, espera boas notícias para as próximas semanas.

A simples confirmação da existência de petróleo nos prospectos, porém, já não movimenta o mercado, que permanece à espera de detalhes sobre os volumes descobertos. "A Petrobras está seguindo a idéia de furar rapidamente os blocos que têm um prazo de devolução para a Agência Nacional do Petróleo (ANP) vencendo em breve. Está marcando território, sem se preocupar em aprofundar o conhecimento da área", disse a analista do Itaú, Paula Kovarsky.

"É sempre uma notícia boa, mas não deve ter tanto impacto nas ações", diz outra especialista. Segundo ela, porém, informações sobre os volumes só serão possíveis a partir do ano que vem, uma vez que a Petrobras está hoje limitada a três plataformas de perfuração para águas ultraprofundas. Uma delas, que pertence à Repsol, por sinal, deixa o País logo após terminar a perfuração em Guará.

Em águas mais rasas da Bacia de Santos, a Petrobras busca reservas abaixo do sal em quatro blocos. Em todos eles, os objetivos da perfuração estão abaixo dos 5 mil metros de profundidade. No BM-S-12, mais ao sul da bacia, a empresa já encontrou uma jazida de gás acima do sal, mas manteve a perfuração para atingir os 6,525 metros.

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