A Petrobras registrou prejuízo de R$ 3,759 bilhões no terceiro trimestre de 2015. O balanço, divulgado nesta quinta-feira (12), traz fortes impactos da desvalorização cambial e da queda do preço do petróleo nos últimos meses. No ano, a empresa acumula lucro de R$ 2,102 bilhões.
INFOGRÁFICO: Acompanhe a queda nos lucros da Petrobras
O resultado teve um impacto negativo de R$ 2 bilhões referente ao pagamento de dívidas pelo não recolhimento de imposto de renda sobre a importação de petróleo no final da década passada. É o segundo trimestre consecutivo que a empresa reconhece em seu balanço o pagamento de dívidas fiscais com a Receita, o que tem impacto direto no lucro da companhia.
No terceiro trimestre de 2014, a empresa teve prejuízo de R$ 5,339 bilhões, com impacto de baixa de ativos no valor de R$ 6,2 bilhões, referente a perdas com corrupção, e de R$ 2,7 bilhões, por perdas com as refinarias Premium 1 e 2.
No balanço divulgado nesta quinta, a estatal contabiliza receita de R$ 82,239 bilhões no terceiro trimestre, queda de 9,9% com relação aos R$ 88,337 bilhões do mesmo período do ano passado.
A receita da empresa sofre impacto do preço mais baixo do petróleo e da menor venda de combustíveis no mercado interno, em função da crise.
A desvalorização do real no período elevou a dívida da companhia para R$ 506,584 bilhões. Com isso, o resultado financeiro teve contribuição negativa de R$ 11,444 bilhões no desempenho do trimestre.
A dívida da empresa é tomada em sua maior parte em moeda estrangeira. Quando o dólar aumenta, o seu custo aumenta. O endividamento da companhia é um dos pontos de maior preocupação do mercado. Um dos propósitos do plano de desinvestimento é, inclusive, fazer caixa e reduzir o volume de dívidas.
Para o analista Flávio Conde, do site Whatscall, a elevada dívida é “consequência de anos irresponsáveis”, nos quais os preços dos combustíveis foram congelados e os gastos, aumentados.
“Gastou-se muito mais do que se gerou, sem quase resultados positivos. Há inúmeros exemplos, como a refinaria Abreu e Lima, o Comperj [Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro], e as refinarias do Ceará e do Maranhão, onde investiu-se bilhões de dólares e nada retornou”, disse.
A produção de petróleo e gás no Brasil e no exterior cresceu 2%, para 2,800 milhões de barris de óleo equivalente por dia.