A Petrobras decidiu apresentar no dia 27 o balanço não auditado do terceiro trimestre de 2014, suspenso desde novembro em decorrência das investigações da operação Lava Jato.
Em reunião de conselheiros de administração, a companhia detalhou os cenários estimados para o cenário internacional desfavorável, com a forte queda da cotação de petróleo, além de alternativas para conter a perda de caixa. A estatal também definiu o novo diretor de governança, responsável por "mitigar os ricos de fraude e corrupção".
A divulgação do balanço é uma condição para que os credores da estatal não cobrem antecipadamente uma série de títulos da empresa. O prazo final expira no dia 30 de janeiro, e por isso a determinação em apresentar no dia 27 os resultados não auditados.
Antes, os números serão apreciados pelo Conselho, em reunião extraordinária no Rio. O balanço consolidado, após avaliação de auditoria independente, ainda não tem previsão de divulgação.
A maior parte das oito horas de reunião foi dedicada à análise do cenário turbulento para o mercado de óleo e gás. Ontem, a cotação de óleo Brent chegou ao menor valor em nove anos, aos US$ 46,59, e põe em risco investimentos da companhia. Por isso, foram discutidas medidas para garantir a viabilidade financeira da companhia.
Segundo fontes do colegiado, a determinação é que a companhia não recorra a novos empréstimos e financiamentos neste ano. A opção da companhia, neste momento, é aproveitar o atraso no cronograma de projetos para economizar.
A maioria dos projetos é da área de exploração e produção de petróleo, mas a situação abrange também novas unidades, como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Também foram suspensas as análises de opções de desinvestimentos e vendas de ativos de exploração e produção, sobretudo em áreas do pré-sal. A empresa considera que, neste momento, vender esse tipo de ativos não é um bom negócio", informou a fonte.
Governança
A Petrobras também anunciou na terça-feira, 13, a escolha do executivo João Adalberto Elek Junior como novo diretor de governança da companhia. Oficialmente, caberá ao executivo analisar previamente as pautas e projetos em análise pela estatal para atestar a lisura dos procedimentos internos.
Elek participará de reuniões de diretoria e, segundo a empresa, "as matérias a serem submetidas à deliberação deste colegiado deverão contar, necessariamente, com prévia manifestação favorável desse diretor".
Seu perfil fortemente relacionado ao mercado financeiro indica que será dele o desafio de recompor laços de confiança dos investidores com a empresa. O executivo atuou em empresas como AT&T, Fibria e Net, como diretor financeiro e de relações com investidores. Na Fibria, também atuou na área de controle de gestão e riscos, função semelhante à que vai desempenhar na Petrobras.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast