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A engenheira Magda Chambriard teve o nome aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras nesta sexta (24) para assumir a presidência da companhia e fazer parte do conselho. Ela toma posse de ambos os cagos imediatamente, sem a necessidade de convocação de Assembleia de Acionistas.
Chambriard teve o nome aprovado dois dias depois do Comitê de Pessoas da companhia avalizar a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para substituir Jean Paul Prates, demitido na semana passada por desavenças com os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil).
Logo após a aprovação, Silveira comemorou a aprovação da engenheira e se disse “confiante” na gestão que fará à frente da estatal. “Ela vai fazer uma gestão eficiente e transparente, comprometida com a necessidade de fortalecer a cadeia dos combustíveis”, disse pouco antes de participar de um evento com Lula em Araraquara (SP).
O ministro afirmou que uma das prioridades da gestão de Magda Chambriard será a de refino de petróleo, e que “ela sabe que o papel é manter a empresa competitiva para todos os acionistas, mas também cumprir com a sua função social, já que o governo é o maior acionista”.
Reportagem da Gazeta do Povo publicada nesta quinta (23) mostra que Magda Chambriard está alinhada com essa prioridade de Silveira e defende a ampliação do parte de refino da companhia. O pensamento contrasta com o programa de desinvestimento iniciado em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), que previa a venda de oito das 13 refinarias da companhia, além de ativos relacionados ao transporte de combustíveis.
Desde a mudança de governo, o Planalto tem defendido a retomada de investimentos em refinarias. Entre os projetos que Lula pretende concluir estão a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
“O Brasil é um país continental, carente de cada vez mais energia para seu crescimento. Ou amplia-se a capacidade de processamento do petróleo cru e agrega-se valor a ele no Brasil (diga-se de passagem, que foi assim que a Petrobras cresceu) ou estar-se-á desembolsando cifras bilionárias para importar cada vez mais derivados, apesar da transição energética ser uma realidade no Brasil há décadas (hidráulica, etanol, biodiesel, eólica etc)”, escreveu a engenheira.
Segunda mulher no comando
Com a aprovação, Magda Chambriard se torna a segunda mulher a assumir a presidência da Petrobras. A primeira foi Maria das Graças Foster, advogada e engenheira química que dirigiu a gigante petrolífera entre os anos de 2012 e 2015, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Foi também durante a gestão Dilma que Chambriard assumiu a diretoria-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), onde entrou em 2002 para assessorar a diretoria de exploração e petróleo. Ela é, ainda, ex-funcionária de carreira da Petrobras, onde ingressou em 1980 até ser cedida à autarquia.