Rio (AE) A Petrobrás será beneficiada diretamente com a redução da mistura de álcool anidro na gasolina, afirmou ontem o diretor-financeiro da estatal, Almir Barbassa. Segundo ele, a alteração na mistura, de 25% para 20%, é "extremamente favorável" para o caixa da empresa. Isso porque a gasolina negociada no mercado doméstico tem uma margem de lucro até 10% maior do que a exportada.
A diferença, diz Barbassa, está nos custos com a exportação, entre eles o transporte, por exemplo, que reduz a margem de ganhos da companhia. Além disso, segundo Barbassa, quando colocada no mercado externo a gasolina exige uma qualidade maior, o que aumento os gastos com seu processamento de refino, reduzindo os ganhos da estatal sobre o derivado.
A gasolina, que representa hoje 15% do faturamento da estatal, de R$ 136,6 bilhões, de acordo com o balanço de 2005, é exportada em volume suficiente para propiciar a substituição do álcool "sem qualquer problema e com larga folga". Barbassa não quis estimar qual o aumento previsto para as vendas de gasolina no mercado interno com a alteração na mistura, mas para especialistas o 1,5 bilhão de litros de álcool que serão tirados de circulação este ano representam em torno de 10 milhões de barris anuais de óleo equivalente, ou um terço do volume de derivados exportados pelo país no ano passado.
Para Barbassa, entretanto, será inevitável um aumento no preço para o consumidor. O acréscimo no valor, diz o diretor, poderá ser compensado com o aumento do rendimento do carro. "Na prática, apesar de haver um aumento no preço do litro, o consumidor não sentirá o impacto do aumento no seu próprio bolso já que vai poder rodar mais quilômetros com menos combustível", avaliou.
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