O diretor de Refino e Gás da Petrobras, Jorge Celestino, afirmou na manhã desta quarta-feira (9) que a companhia poderá fazer novas reduções de preços da gasolina e do diesel caso os preços nos mercados internacionais continuem caindo.
A partir desta quarta entrou em vigor a redução de 3,1% na gasolina e de 10,4% no diesel.
“Até porque essa (alinhamento dos preços internos aos internacionais) é nossa grande declaração. O que estamos dizendo é o seguinte: nós vamos ter preços alinhados com os preços do mercado internacional. Temos, estamos praticando e teremos (preços alinhados)”, garantiu o diretor.
Se a redução de preços nas refinaria for repassada para os preços finais, a Petrobras calcula que poderá haver uma redução da ordem de R$ 0,20 por litro do diesel e de R$ 0,05 por litro da gasolina. Mas os preços do mercado são livres, dependem da política de cada segmento, como das distribuidoras e dos postos.
Cotação em queda
O diretor de Refino e Gás da Petrobras, Jorge Celestino, explicou que a companhia decidiu pela redução dos preços da gasolina e do diesel a partir desta quarta porque desde o dia 14 do mês passado, quando reduziu os preços pela primeira vez desde 2009, os preços do petróleo e dos derivados, uma das variáveis na nova política de preços, tiveram uma queda da ordem de 12%. Só o petróleo caiu de US$ 52 o barril para US$ 46 por barril.
Segundo Celestino, a forte queda provocou uma perda na fatia de mercado da estatal. Segundo o diretor, o recuo, no mês passado, foi de 18% no mercado de diesel e de 6% a 7% de mercado da gasolina. Isso se deu porque os concorrentes aumentaram as importações em cerca de um milhão de metros cúbicos de diesel e de 190 mil metros cúbicos de gasolina.
Reflexo no etanol
O novo corte nos preços de combustíveis nas refinarias deve ter reflexo limitado sobre as cotações do etanol hidratado, cujos valores devem continuar se pautando pelos fundamentos de oferta, que tende a ficar mais apertada nos próximos meses de entressafra.
“Isso já está absolvido pelo mercado. A Petrobras vai seguir o mercado mundial, o que é positivo e dá transparência”, afirmou Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, consultoria especializada em commodities.
Apesar das reduções anunciadas pela Petrobras, tanto em outubro quanto agora, a tendência para os preços do etanol ainda é de alta. Na BM&FBovespa, os futuros apontam cotações até 21% maiores durante a entressafra (janeiro a março) ante igual período do ano passado, segundo monitoramento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
As cotações do hidratado já estão firmes neste segundo semestre em virtude da menor produção, seja por causa das adversidades climáticas, seja pela preferência das usinas pelo açúcar, mais remunerador.
Conforme o relatório mais recente de acompanhamento de safra da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), na parcial da temporada, iniciada em abril, até outubro, a fabricação de etanol hidratado somava 12,3 bilhões de litros, 9% menos na comparação anual.
Na semana passada, os preços do etanol hidratado nos postos subiram em 19 estados e no Distrito Federal, caíram em outros seis estados e não variaram no Amapá, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
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