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Mercado

Petrobras cai quase 3% e derruba Bolsa; dólar fecha em alta

O principal índice da Bolsa brasileira fechou nesta quinta-feira (16) no vermelho, pressionado pelo mau humor dos mercados americanos e pela desvalorização de mais de 2% da Petrobras, enquanto investidores também digeriam o aumento do juro básico brasileiro. Depois de duas altas seguidas, o Ibovespa caiu 0,82%, para 49.696 pontos. O índice chegou a mostrar alta durante a manhã, mas perdeu força no início da tarde, após as Bolsas americanas terem aberto em queda, refletindo resultados ruins de algumas empresas.

As ações mais negociadas da Petrobras, que representam mais de 8% do Ibovespa, devolveram o ganho de desta quarta e caíram 2,81%, a R$ 15,59. Tanto a estatal quanto o governo negaram hoje que estejam planejando subir os preços da gasolina e do diesel em breve. A possibilidade do reajuste fez os papéis avançarem 2,17% ontem."Um reajuste da gasolina e do diesel neste ano, pelo menos antes da eleição, é improvável. Isso afetaria diretamente a inflação, que já está elevada, prejudicando ainda mais a imagem do governo, que é principal acionista da petroleira", afirma João Brügger, analista da consultoria Leme Investimentos.

Atualmente, a Petrobras importa derivados de petróleo por um preço maior do que o de venda no Brasil para não prejudicar a política do governo de controle da inflação. A utilização da companhia como instrumento político é a principal reclamação de analistas e investidores.

Também repercutiu no mercado a decisão do Banco Central do Brasil de subir o juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, em 0,50 ponto percentual, para 10,5% ao ano, na noite desta quarta.

A taxa maior serve para conter o consumo e forçar a queda dos preços. Por outro lado, o aumento da Selic torna mais difícil o acesso ao crédito pelas empresa, provocando uma diminuição no ritmo de crescimento do país cenário negativo que tende a prejudicar o desempenho da Bolsa.

Como a maior parte do mercado esperava uma elevação de apenas 0,25 ponto percentual na taxa, os contratos de juros futuros negociados na BM&FBovespa tiveram alta hoje. O contrato mais negociado, de janeiro de 2015, avançou 1,77%, prevendo uma taxa de 10,93%.

No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 0,63% em relação ao real, cotado em R$ 2,363 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,42%, a R$ 2,366.Pela manhã, o Banco Central do Brasil promoveu sua intervenção programada no mercado de câmbio, que ocorre diariamente através da venda de 4 mil contratos de swaps cambiais tradicionais. A operação movimentou, ao todo, US$ 198,3 milhões.

O Banco Central também deu início a rolagem dos contratos de swaps que vencem em fevereiro, vendendo a oferta total de 25.000 papéis (aproximadamente 11% do lote total, de US$ 11,028 bilhões).

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