A Petrobras retornou ao mercado de dívida externa, após mais de um ano de ausência, com uma captação de US$ 2,5 bilhões em bônus de 100 anos, ou “century bond”, com o objetivo de reverter o mal estar causado pelos eventos recentes e passar uma mensagem ao mercado de confiança dos investidores estrangeiros. A empresa não ia ao exterior desde março de 2014, com o escândalo da Lava Jato e da não divulgação de seu balanço travando não só a companhia, mas todos os potenciais emissores do país.
A demanda para os bônus alcançou perto de US$ 13 bilhões, segundo fontes. O cupom (juro) ainda não foi definido. Segundo uma fonte com conhecimento da operação, este foi o maior “century bond” já emitido. “A transação é para passar uma mensagem de que a empresa continua tendo suporte dos investidores, não se trata de emissão visando funding”, afirmou o mesmo profissional. “Ter um century bond é um pouco de marketing. O papel é quase uma ação”, acrescentou.
Apesar do prazo longo de vencimento, os “century bonds” da Petrobras não têm opção de recompra, como costuma acontecer com os bônus perpétuos. A operação tem o Deutsche Bank e o JPMorgan como coordenadores.
O retorno de 8,45% está cerca 100 pontos-base acima do papel mais longo da Petrobras, o bônus 2044 (30 anos), que oferecia hoje retorno de cerca de 7,6%. O retorno foi considerado atraente, ou seja, a companhia pagou um prêmio para garantir o sucesso da operação, disse um operador.
Debêntures
A Petrobras trabalha também na emissão de até R$ 4 bilhões em debêntures, que ainda não chegou para análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A emissão de debêntures terá cinco séries, duas delas incentivadas, e já conta com cinco bancos coordenadores: BB Investimentos, o Votorantim, o BTG Pactual e o Bradesco BBI e ItaúBBA.