O diretor de Engenharia da Petrobras, José Antonio de Figueiredo, confirmou nesta quarta-feira (27) que a companhia transferiu para o exterior plataformas do pré-sal, dizendo que esse processo está "dentro do que foi licitado e contratado". Na segunda-feira, o jornal "Estado de S. Paulo" noticiou que a empresa enviou as plataformas para a Indonésia e China temendo atrasos na entrega de equipamentos. O cronograma estaria atrasado por deficiências nos estaleiros Inhaúma (RJ) e Rio Grande (RS).
"Contratamos as plataformas em cessão onerosa entre 60%, 70% e, em alguns casos, 70% de conteúdo local. Isso quer dizer que já era previsto que uma parcela dos serviços não fosse feita aqui", disse a jornalistas após solenidade de posse da diretoria do Centro de Excelência em EPC, no Rio.
O diretor descartou uma preocupação da Petrobras com os estaleiros. "Nada nos preocupa, tudo nos ocupa". Segundo ele, o trabalho fora do país garante o cumprimento da curva de produção. Figueiredo também disse que não haverá redução de postos de trabalho no Brasil por causa da transferência do trabalho para o exterior. "A quantidade de empregos será mantida", afirmou. De acordo com ele, as estruturas dos cascos dos navios estão sendo feitas no estaleiro Inhaúma, sendo que a primeira ficará pronta no primeiro semestre e a outra até o fim do ano. Na Indonésia, está sendo realizado um trabalho de limpeza dos tanques, sendo que na China ocorre a inspeção das plataformas.
Sondas
O diretor afirmou ainda que serão necessárias menos sondas de exploração para cumprir a meta de produção. Ele disse que isso ocorre porque os poços do pré-sal estão produzindo acima da expectativa. Em novembro do ano passado, a Petrobras anunciou o cancelamento do contrato que previa o afretamento de cinco sondas de perfuração da Ocean Rig, do empresário German Efromovich.
As sondas, construídas para perfurar até 3.000 metros de profundidade, seriam usadas na região do pré-sal da bacia de Santos. A empresa informou na ocasião que a decisão foi motivada pela "redução de necessidade futura de sondas", em razão "da previsão de número menor de poços a serem perfurados" naquela região.