A Petrobrás informou ontem que a falha técnica ocorrida nesta semana na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, impediu o funcionamento de uma caldeira de combustíveis. Segundo a companhia, as unidades de gasolina e gás liquefeito de petróleo (GLP) voltaram a operar ontem e a de diesel deve retomar as atividades hoje. Ainda de acordo com a empresa, o abastecimento não foi afetado, mas distribuidoras afirmam que houve racionamento na entrega de combustível, desde terça-feira, quando ocorreu o problema.
A assessoria de imprensa da Petrobrás limitou-se a dizer que houve uma "incompatibilidade técnica" e que é difícil explicar o que ocorreu na caldeira. Com a falha, uma parada de manutenção programada para o fim do mês foi adiantada. A Repar processa 32 milhões de litros de petróleo por dia, dos quais 15,8 milhões de litros são transformados em óleo diesel, 6,7 milhões de litros viram gasolina e outros 3,4 milhões de litros são usados na produção de GLP. O restante, ou 6,1 milhões de litros, rendem outros produtos, como querosene de aviação, óleo lubrificante e nafta. A empresa assegurou que o abastecimento não foi comprometido, pois, quando ocorre uma parada programada de manutenção, a produção de outras refinarias do país é aumentada para suprir a falta.
Mas não foi isso que as distribuidoras vivenciaram. O auxiliar financeiro da Ciapetro Distribuidora, Leonardo Sorgatto, disse que a entrega de diesel pela Repar caiu 75%. "A distribuição foi diminuída para todo mundo. Normalmente recebemos por volta de 1 milhão de litros por dia, mas desde terça-feira recebemos uns 250 mil litros por dia. Com a gasolina não houve problema", afirma. A empresa fica estrategicamente próxima da Repar, assim como diversas outras do ramo. O assistente de estoque da distribuidora Americanoil, Enio Batalha, diz que o bombeamento caiu pela metade com o problema na refinaria. Enquanto em dias normais eram recebidos 100 mil litros de diesel e mais 100 mil litros de gasolina, o número caiu para 20 mil ou 30 mil litros de cada combustível. "Ficamos na mão, mas ainda bem que estamos com um bom estoque", explica. Mesmo assim, a quantidade armazenada não deve durar mais que alguns dias.
