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Mistura de álcool à gasolina foi reduzida em 2011 por causa da escassez do biocombustível | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Mistura de álcool à gasolina foi reduzida em 2011 por causa da escassez do biocombustível| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Idas e Vindas

Governo voltou a analisar reajuste, diz Lobão

Agência O Globo

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que o reajuste de gasolina voltou a estar em análise pelo governo, ao contrário do que ele mesmo disse na semana passada. Segundo o ministro, o assunto está constantemente sendo examinado pelo governo. Lobão acrescentou que, na análise, o governo também leva em conta os atuais dados de inflação.

"Nós temos preocupação com a Petrobras, sim, e é preciso entender que os preços não sobem na bomba de gasolina há mais de nove anos, pois o aumento que houve recentemente foi absolvido pela Cide [taxa cobrada sobre a gasolina] e não foi repassado ao consumidor. É um assunto que vem sendo examinado com cuidado, com toda a prudência, porque nós não desejamos complicar o problema da inflação", disse o ministro. "Nós estamos estudando o tema permanentemente e vamos ter uma conclusão em algum tempo", reforçou.

Na semana passada, Lobão havia dito que a possibilidade do reajuste de combustíveis no curto prazo estava descartada.

Um aumento do porcentual de etanol misturado à gasolina seria "muito importante" para oferecer uma solução econômica à manutenção de preço dos combustíveis, afirmou ontem a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster.

No entanto, eventual aumento de etanol na fórmula deve ser feito de forma sustentável, de forma a garantir que toda a demanda nacional seja atendida. "[Um aumento do etanol na mistura] seria muito bom, mas é preciso confirmar que esse etanol esteja disponível para atender à demanda em todo o território nacional", afirmou Graça após participar de evento organizado pela ONU Mulheres em paralelo à Rio+20 no Riocentro.

Reforçando que uma decisão sobre o tema cabe ao governo federal e ao Ministério das Minas e Energia (MME), a executiva disse entender "que o MME esteja fazendo estudos nesse sentido". Segundo Graça, uma elevação da mistura de etanol na gasolina para mais de 20% seria "realmente importante para que a gente tenha uma solução econômica mais adequada a quem tanto investe, como a Petrobras".

Prejuízos

A estatal tem sofrido prejuízos com o congelamento dos preços da gasolina, que não acompanham a alta do petróleo no exterior. Adicionar mais álcool (que é mais barato) à gasolina reduziria o rombo.

"Agora, o que também é muito importante é que um retorno do etanol para algum porcentual acima de 20% seja sustentável. Que esse etanol esteja disponível para atender a todos os consumidores", completou Graça, ressalvando que a questão da elevação da participação do etanol na mistura da gasolina não está considerada no Plano de Negócios 2012-2016, aprovado pelo conselho de administração da companhia na semana passada.

Oferta

Embora tenha reforçado a importância de haver oferta suficiente de etanol, a presidente da Petrobrás destacou que o setor sucroalcooleiro tem sinalizado positivamente sobre sua capacidade de atender a um crescimento da demanda. "Tenho ouvido, de usineiros de renome, em algumas reuniões, que eles estariam prontos a voltar com a participação maior do etanol. Mas essa é uma decisão do MME, do governo federal", afirmou Graça.

O governo reduziu a proporção da mistura de álcool anidro na gasolina no segundo semestre do ano passado por falta de oferta do biocombustível. No entanto, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) manifestou recentemente que já há oferta no mercado para voltar ao porcentual de 25% de etanol anidro na mistura.

Plano de negócios

A executiva não confirmou a informação de que o plano de negócios 2012-2016, aprovado pelo conselho de administração da companhia, trará a recomendação de reajuste de 15% nos combustíveis. "As recomendações que são feitas em vários segmentos do plano são reveladas na hora em que a gente abre o plano", afirmou.

A presidente da Petrobras tampouco detalhou como o reajuste dos combustíveis poderia ser feito. Mas comentou que novas reduções na Cide não dependeriam da empresa. "Mexer na Cide é uma decisão do Ministério da Fazenda. A Petrobras não tem ingerência sobre isso", disse a executiva.

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