Presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, fez uma defesa enfática de uma solução negociada para pôr fim ao impasse com a Bolívia no mercado de gás. Gabrielli, que está na capital mineira participando da 47ª Reunião Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), chamou a atenção para o grau de dependência entre Brasil e Bolívia no setor. E afirmou que "soluções unilaterais são inadequadas para enfrentar o problema", numa resposta às ameaças do presidente boliviano, Evo Morales, de tomar o controle dos campos de gás e petróleo que hoje são explorados por companhias multinacionais, entre as quais a Petrobras. Morales chega a Belo Horizonte esta noite e deve se encontrar com Gabrielli nos próximos dias.

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Se para o Brasil o mercado de gás da Bolívia é importante, para a Bolívia, o Brasil também é importante como comprador do produto boliviano, como pagador de impostos, como gerador de empregos na Bolívia, como viabilizador da expansão de outros negócios. Portanto, nos dois lados da questão existem maneiras e motivos objetivos para que encontremos um caminho adequado - disse Gabrielli.

E completou:

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- Consideramos que soluções unilaterais são inadequadas para enfrentar o problema. Nós acreditamos em soluções negociadas, no encontro de pontos comuns. E esperamos que isso se viabilize.

O presidente da Petrobras reafirmou o compromisso da estatal de investir fortemente na expansão da produção de gás no Brasil, mas salientou que a Bolívia hoje é fornecedora de metade do gás consumido no país.

Para Gabrielli, mesmo com todo o esforço da Petrobras, "a Bolívia continuará sendo um importante fornecedor para o Brasil". Gabrielli fez questão de afirmar que não se opõe a discutir um reajuste no preço do gás, mas disse que qualquer aumento terá impacto no mercado. E advertiu para o risco de queda na demanda por gás, em razão do preço:

- Toda vez que se eleva preço, a demanda responde.

Desde 1996, a estatal já investiu US$ 1,5 bilhão na Bolívia nas áreas de exploração, refino e transporte de gás e petróleo. No ano passado, a empresa faturou US$ 600 milhões no país.

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