A Petrobras vai esperar o posicionamento de um provável novo governo na Líbia para definir se retoma ou não as atividades exploratórias no país.
A companhia operava uma área de exploração no país do norte da África, mas retirou todos os funcionários no momento em que a revolta ganhou corpo.
"Se vamos continuar ou não depende do (novo) governo. Não podemos dizer nada ainda", afirmou o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, a jornalistas nesta terça-feira.
Algumas lideranças rebeldes na Líbia disseram nos últimos dias que países que não apoiaram totalmente o movimento contra o governo, como Brasil, Rússia e China, poderão sofrer problemas em seus negócios no país daqui para frente.
O executivo disse ainda não acreditar que o eventual retorno da produção líbia de petróleo ao mercado traga grandes desequilíbrios e que exerça pressão sobre os valores da commodity.
"Será relativamente pequeno (o impacto)... porque são dois milhões de barris por dia, que é mais ou menos a produção do Brasil."
"É um petróleo muito especial, porque é leve, muito utilizado nas refinarias europeias. Vai ter efeito para melhorar o fornecimento para a Europa, mas não acredito que vai mudar significativamente a situação da oferta mundial", afirmou.
Alguns bancos de investimento reduziram suas projeções para os preços do petróleo nesta terça-feira, citando como principais fatores o retorno da produção líbia e a fraca atividade econômica nos Estados Unidos e na Europa.
Gabrielli não acredita que a crise vá alterar de forma significativa a demanda global por petróleo, devido ao crescimento do uso nos países emergentes.
"Do ponto de vista de demanda mundial, ela está crescendo. Não cresce no Japão, nos EUA, mas cresce na China, Índia, no Brasil, nos antigos países da União Soviética, América Latina e África, que continuarão crescendo."