As ações da Petrobras operam com forte queda nesta quarta-feira (25), um dia após a agência de classificação de risco Moody’s rebaixar a nota de crédito da empresa. Com a queda dos papéis, a Bolsa brasileira tem desvalorização superior a 1%.
Às 10h52, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha queda de 1,37%, a 51.163 pontos. Das 68 ações negociadas, 52 caíam, 14 subiam e duas se mantinham inalteradas no horário.
Dilma: rebaixamento da Petrobras representa “falta de conhecimento”
A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que o rebaixamento do rating da Petrobras para grau especulativo pela agência de classificação de crédito Moody’s representa “falta de conhecimento” e garantiu que a estatal vai se recuperar.“Acho que é uma falta de conhecimento direito do que está acontecendo na Petrobras”, disse Dilma a jornali
Leia a matéria completaAs ações da Petrobras operam com forte queda nesta sessão. Às 10h52, os papéis preferenciais, mais negociados e sem direito a voto, caíam 7,70%, a R$ 9,10. As ações ordinárias, com direito a voto, tinham queda de 7,28%, a R$ 9,03, no mesmo horário.
Governo teme que rebaixamento da Petrobras contamine nota do Brasil
O rebaixamento da nota de crédito da Petrobras pela agência Moodys caiu como um balde de água fria na equipe econômica do governo Dilma Rousseff. O grupo, formado pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Babosa, além do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, vem se esforçando desde o fim do ano passado para melho
Leia a matéria completaA empresa perdeu na terça-feira o chamado grau de investimento, espécie de selo de local seguro para investir, da agência de classificação de riscos Moody’s, considerada uma das mais austeras em suas avaliações.
O motivo foi a crescente dificuldade de a empresa conseguir publicar o balanço auditado, levantar dinheiro no mercado de capitais e o impacto que isso terá em seu caixa nas próximas semanas.
A queda dos papéis é resultado da saída de investidores estrangeiros, que precisam se adequar a seus regimentos, afirma Roberto Indech, analista da corretora Rico. “Era uma decisão esperada, mas como só após o rebaixamento os investidores são obrigados pelos regimentos dos fundos de investimento a retirar os recursos, o impacto maior se dá hoje. Esses fundos não podem investir em empresas com grau especulativo”, diz.
O rebaixamento, que ocorre duas semanas após a troca no comando da estatal, terá como consequência a saída de investidores, como fundos de pensão e de investimento, que não podem colocar dinheiro em ações e dívidas de empresas consideradas de alto risco de calote, como é agora a Petrobras.
Sem balanço auditado, a estatal não conseguia levantar recursos no mercado de capitais. A mudança deve tornar ainda mais caro o financiamento da companhia. Também deverá impactar os custos de financiamento de toda a cadeia de óleo e gás, que tem na Petrobras a principal intermediadora junto aos bancos e ao mercado financeiro. Pelo menos R$ 9 bilhões em papéis de fornecedores da Petrobras estão nos fundos de investimentos.
BRASILEIROS
A dúvida agora, afirma Indech, é se o governo vai capitalizar ou não a empresa neste ano e como se daria essa capitalização. “A Petrobras vai ter dificuldade em encontrar financiamento mais barato, então o custo de sua dívida sobe mais ainda para manter os investimentos”, afirma o analista da Rico.
O rebaixamento da estatal pela Moody’s também pode sinalizar que a nota de crédito do Brasil será cortada pela agência de classificação, afirma Indech. “O mercado ainda deu um certo fôlego para o [Joaquim] Levy (ministro da Fazenda), mas a empresa não teve essa chance. Isso indica que a Moody’s pode rebaixar, sim, a nota de crédito do Brasil.”
Em relatório, Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners, disse que as agências Standard & Poor’s e Fitch também devem rebaixar a nota de crédito da empresa.
DÓLAR
No mercado cambial, o dólar voltou a subir ante o real, após o alívio provocado na terça-feira pelo discurso de Janet Yellen, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Às 10h57, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 1,07%, a R$ 2,864. No mesmo horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, subia 1,09%, a R$ 2,865.
A presidente do Fed falará hoje ao meio-dia (horário de Brasília) na Câmara, após discursar na terça ao Senado. Mas não deve haver muita novidade no teor de seu discurso em relação ao de ontem, avaliam analistas.
A alta da moeda americana é resultado do aumento da aversão ao risco no país após o rebaixamento da Petrobras. Lá fora, as principais moedas emergentes operam em baixa em relação ao dólar, após o alívio também na situação grega, com a aprovação do pacote de reformas proposto pela Grécia como forma de conseguir a prorrogação de seus empréstimos.
O real é a moeda que mais sofre depreciação em relação ao dólar nesta sessão. Das 24 principais moedas emergentes, 17 têm apreciação em relação ao dólar.
Nesta manhã, o BC brasileiro deu sequência a suas atuações diárias e vendeu a oferta total de até 2.000 contratos de swap cambial (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 500 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.500 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,9 milhões.
O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de março, que equivalem a US$ 10,438 bilhões, com oferta de até 13.000 contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 85% do lote total.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast