O cenário político voltou a roubar o foco das atenções no mercado financeiro nesta terça-feira (6) e os papéis da Petrobras dispararam mais de 3% com expectativa por nova queda nas intenções de voto para a presidente Dilma Rousseff nas eleições de outubro.
O que os investidores esperam, segundo analistas, é que uma mudança de governo possa diminuir o uso das companhias estatais como instrumento político. "No caso da Petrobras, por exemplo, é nítida a necessidade de um reajuste de preços dos combustíveis para amenizar o prejuízo da empresa, mas o governo não o faz para conter o efeito negativo sobre a inflação no país", diz Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.
As ações preferenciais da petroleira (mais negociadas e sem direito a voto) subiram hoje 3,81%, enquanto as ordinárias (com direito a voto) avançaram 3,96%. Juntos, ambos os papéis têm peso de 12,62% no Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que fechou o dia em alta de 0,62%, para 53.779 pontos.
O índice chegou a cair até 0,66% durante o dia, mas retomou o fôlego conforme os papéis da petroleira disparavam e encerrou seu terceiro pregão seguido no azul, renovando a maior pontuação desde 18 de novembro do ano passado, quando ficou em 54.307 pontos.
O tema política ressurgiu hoje após o Ibope ter divulgado uma pesquisa com eleitores do Ceará, importante reduto eleitoral de Dilma, que demonstrou queda nas intenções de voto na atual presidente de 66% para 58%. Aécio Neves e Eduardo Campos ficaram empatados com 7% cada um. O resultado, segundo analistas, reforçou a aposta de que a presidente também perderá pontos em levantamento do Datafolha previsto para ser publicado nesta semana, de acordo com registro no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Outras estatais encerraram o pregão no azul, como o Banco do Brasil, que subiu 1,56%. Os papéis ordinários da Eletrobras tiveram avanço mais modesto, de 0,76%, enquanto as ações ordinárias da empresa de energia cederam 0,45%.