A Petrobras não recebeu um pedido formal da Bolívia para aumento no preço do gás natural, apesar dos anúncios de alta do presidente da Bolívia, Evo Morales.
O diretor de energia e gás natural da Petrobras, Ildo Sauer, disse nesta quarta-feira que o governo brasileiro tinha deixado nas mãos da Petrobras o acerto dos termos com a Bolívia e não existiam negociações de preços em andamento.
- Não houve qualquer discussão de preços. As comissões técnicas estão tentando resolver questões internas na Bolívia, mas foi dito claramente em recente acordo que a questão dos preços será tratada dentro do ambiente de mecanismos contratuais.
Analistas de energia tinham dito anteriormente que a Petrobras talvez tivesse de engolir uma elevação de preço de cerca de 50%, especialmente depois de Morales afirmar dias atrás que a Argentina havia concordado em pagar um preço maior pelo gás e ter solicitado uma conversa de governo para governo com o Brasil.
O Brasil está pagando entre US$ 3,43 e US$ 4,21 por milhão de unidade térmica britânica (BTU, na sigla em inglês) pelo gás boliviano, um preço que Sauer considerou agora competitivo, mas que não deixa espaço para aumento.
- Não vejo margem econômica para aumento de preço sem perda de mercados - afirmou Sauer, acrescentando que a Petrobras continuava com sua previsão de consumo de gás natural no Brasil dobrando para mais de 100 milhões de metros cúbicos por dia em 2010. Isso envolve cerca de US$ 16 bilhões em investimentos até lá.
Morales determinou a nacionalização do setor de gás em 1o de maio e a Petrobras está tentando negociar indenizações por suas duas refinarias, que foram parcialmente expropriadas, assim como os contratos de suas operações de gás para poder permanecer na Bolívia.