Após o presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmar que responderia ao ultimato da Petrobras, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou que as negociações entre as petroleiras estatais brasileira e a boliviana, a YPFB, foram retomadas. As negociações sobre o destino das duas refinarias da Petrobras na Bolívia tinham sido suspensas, quando Morales retirou por decreto, assinado no domingo, o direito da Petrobras de comercializar petróleo e derivados produzidos nas suas unidades.
Após o decreto, que pegou a estatal de surpresa, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que, se a Bolívia não respondesse à oferta de venda das duas refinarias em até três dias, a companhia levaria a disputa para o tribunal arbitral internacional da Holanda. O destino das refinarias é alvo de discussões entre a Petrobras a YPFB desde que Morales anunciou a nacionalização do setor de petróleo e gás na Bolívia.
A Petrobras pede cerca de US$ 200 milhões pelas duas unidades, mas a Bolívia oferece cerca de US$ 60 milhões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que o Brasil exigirá um preço justo para as refinarias, sem mencionar valores.
- Se não for pago o preço justo, vamos buscar os nossos direitos - afirmou Lula, de acordo com a Agência Brasil.
Rondeau, que viajou a Santa Catarina nesta terça-feira com, contou que está marcada uma reunião para esta quarta-feira, às 9h, em La Paz, na Bolívia.
- As negociações estão em andamento, amanhã (quarta-feira) tem uma negociação à 9h, da nossa equipe e do ministro Villegas (de Hidrocarbonetos), lá em la Paz. E naturalmente ele vai pedir explicações sobre a proposta da Petrobras, só isso - disse Silas Rondeau.
Segundo o ministro, Morales e o vice-presidente, Álvaro Garcia Linera, fizeram pronunciamentos "absolutamente pacificadores confirmando isto que nós estamos dizendo". Ao ser perguntado se o clima havia melhorado de ontem para hoje (terça-feira), ele limitou-se a responder que "o clima é de negociação".
Nesta terça-feira, antes de anunciada a retomada das negociações, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que a companhia estava reavaliando até os investimentos na manutenção da produção de gás natural naquele país depois do decreto de Morales. O diretor ressaltou, no entanto, que a Petrobras não poderia interromper totalmente a produção na Bolívia.
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