Mesmo que analistas apostem em uma tendência de recuperação no longo prazo, as gigantes Petrobras e Vale começaram este ano sentindo o peso de um 2012 ruim.

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Apenas nos dois primeiros meses de 2013, a Petrobras perdeu R$ 53,9 bilhões em valor de mercado. A Vale, R$ 22,7 bilhões no mesmo período.

Os dados são da Economatica, que faz um comparativo da evolução do valor de mercado dessas companhias desde 1994. De acordo com o estudo, ao final de fevereiro, o valor de mercado da Vale era de R$ 192,3 bilhões. O número é menor que os R$ 215,1 bilhões registrados no mesmo período de 2012, mas muito superior aos R$ 500 milhões de 1994.

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Já a Petrobras fechou o último mês com valor de mercado de R$ 200,9 bilhões, R$ 54 bilhões a menos que a cifra do final de fevereiro de 2012 (R$ 254,9). O valor, contudo, é 251 vezes maior que os R$ 800 milhões de fevereiro de 1994.

Atualmente, a Petrobras é a segunda empresa por valor de mercado do Brasil, atrás apenas da Ambev, segundo a Economatica. Em terceiro lugar, com valor de mercado R$ 8,6 bilhões menor, está a Vale.

Sem susto

Em um primeiro momento, os números podem assustar o investidor que aplica nas ações dessas empresas. Mas, segundo especialistas, não há motivos para pânico: é preciso reavaliar as perspectivas para cada companhia e estabelecer um prazo para obtenção de lucros, só assim será possível saber se é vantagem ou não permanecer com os papéis. "No curto prazo, as notícias são negativas para ambas companhias. Então, o investidor que pretende obter ganhos num período curto pode ter que repensar sua aplicação nessas ações", afirma Pedro Galdi, analista da SLW Corretora. "Quem pensa em longo prazo, mínimo de cinco anos, pode ficar mais tranquilo, pois as perspectivas tanto para Vale quanto para Petrobras são boas."

Seja em uma empresa ou outra, a dica do analista é para o investidor procurar estar sempre informado sobre os projetos da companhia que investe.

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"Quando a pessoa compra a ação de uma companhia, ela se torna sócia dela, o mínimo que você tem que fazer quando se torna sócio de um negócio é se informar sobre como ele está indo", diz Galdi. Mesmo quem não possui tempo ou disposição para acompanhar os eventos e divulgações que a companhia faz, pode se manter informado sobre ela através de relatórios de análises produzidos pela própria corretora ou banco pelo qual investe, alerta Galdi.

Fases

Para Valter Police, planejador financeiro pessoal, o investidor tem de entender que as empresas passam por momentos bons e ruins, não sendo necessariamente recomendável a venda das ações na iminência de sinais de um período negativo nos negócios. "Nenhuma empresa tem trajetória linear, ela vai ter meses melhores e piores. Vender quando a ação está em baixa e comprar quando a ação está em alta é o mesmo que querer ter perdas. O ideal é acompanhar essa companhia e ter suas perspectivas sobre a empresa. Só assim o investidor consegue projetar os rumos dos negócios e avaliar se fica ou não com as ações", diz Police. Um momento de turbulência nos negócios, quando refletido sobre o valor de mercado da empresa e consequentemente no preço de suas ações, pode também representar uma oportunidade. "Se o investidor vê um cenário positivo para a companhia no futuro, pode aproveitar o momento ruim para comprar as ações por um preço mais baixo", diz Galdi.

Resultados x perspectivas

De outubro a dezembro, A Vale teve prejuízo de R$ 5,6 bilhões, maior perda trimestral já registrada pela companhia. A Petrobras, por sua vez, registrou lucro líquido de R$ 7,7 bilhões no mesmo período, valor 54% maior que os R$ 5 bilhões dos três últimos meses de 2011. Apesar do prejuízo no último trimestre, as perspectivas para Vale contiuam positivas, e pautadas no desempenho da economia da China, pois a maior parte das exportações da mineradora é para lá. "A tendência é que a demanda continue aquecida. A China tem um volume de investimentos em infraestrutura elevado, o que acaba impactando na maior demanda por minério", diz Victor Penna, analista do BB Investimentos. "No caso da Petrobras, o cenário é um pouco mais desafiador. A empresa é estatal e tem que lidar com diversas questões políticas, como o fato de não efetuar o reajuste necessário nos preços dos combustíveis para não prejudicar a inflação, mas tendo que arcar com a diferença dos preços pagos na compra desses produtos no exterior", avalia Galdi.

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Mesmo assim, o analista destaca que a empresa tem investido no aumento da produção e, nos próximos anos, novas refinarias devem passar a funcionar. "Isso tem potencial para reduzir as pressões negativas sobre os negócios da empresa."