A Petrobras aumentou a produção de gasolina em 50 mil barris diários em julho, em relação há um ano, para tentar evitar uma nova importação do combustível diante do alto consumo interno, afirmou o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, nesta segunda-feira.
O aumento na produção representa um crescimento de 12,5 por cento na comparação ao que a empresa produziu em julho de 2010, e vem num momento em que a indústria de etanol avalia que a produção do biocombustível pode cair em relação ao ano passado.
Desde janeiro, a empresa vem aumentando gradualmente sua produção de gasolina, o que não evitou a importação de 2,5 milhões de barris do combustível neste ano. Em abril foram importados 1,5 milhão de barris e em maio mais 1 milhão de barris.
No ano passado, foram importados 3 milhões de barris no primeiro semestre, pela primeira vez em vários anos, para compensar uma produção de etanol menor que a esperada, que elevou os preços do biocombustível e levou motoristas de veículos flex a migrarem para a gasolina.
"Nesse momento não (precisa importar), aumentamos a produção desde janeiro, e em julho estamos com 50 mil barris a mais", disse Costa à Reuters.
"Mas se o mercado demandar, vamos importar", completou.
Com o mercado apertado desde 2010, a empresa tem otimizado a operação nas refinarias para aumentar ao oferta e evitar uma nova importação, explicou Costa. Foram alteradas condições operacionais das unidades de processo e otimizadas as misturas de naftas, informou a companhia em fevereiro.
Para solucionar os problemas do mercado de combustíveis no Brasil, que durante a entressafra da cana-de-açúcar sofre com a pressão sobre o consumo de gasolina, devido a preços mais atraentes, o governo tem se reunido quinzenalmente com funcionários da Petrobras, agentes do setor de etanol, entre outros.
De acordo com Costa, a última reunião, realizada na semana passada, não se chegou a nenhuma decisão.
"A cada duas semanas temos reunião, mas ainda não teve decisão", informou.
PRODUÇÃO DE ETANOL
A declaração do diretor da Petrobras foi feita no momento em que a indústria de etanol vê uma redução na produção em relação ao ano passado.
O diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), Antônio de Pádua Rodrigues, afirmou à Reuters na semana passada que a produção de etanol do centro-sul do Brasil ficará abaixo do volume de 25,4 bilhões de litros da temporada anterior.
Segundo Pádua, os canaviais estão apresentando uma menor produtividade em relação à temporada anterior, após um tempo excessivamente seco no ano passado ter prejudicado o desenvolvimento das lavouras.
O centro-sul do Brasil produz cerca de 90 por cento da cana do país.
Em função da expectativa de produção inferior à inicial, a Unica deverá anunciar na próxima quarta-feira uma nova estimativa de safra de cana e de produção de etanol e açúcar para a região centro-sul.
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