A Petrobras enviou, na tarde desta terça-feira (4), e-mail a acionistas pessoas físicas informando que vai fazer uma pesquisa para saber o que eles pensam a respeito dos investimentos e negócios da companhia.
O trabalho, diz a Petrobras, será feito pela empresa Checon Pesquisa, sediada em Brasília.
De acordo com o comunicado, os acionistas serão convidados a participar da pesquisa escolhidos por sorteio. A Checon fará, em seguida, contato com o investidor para confirmar o interesse em participar da pesquisa.
Especialista em governança corporativa ouvido pela reportagem disse que essa prática, feita com ajuda de consultoria externa, não é comum. Normalmente, diz o especialista, a própria área de Relações com Investidores da empresa faz um contato com investidores, de maneira menos formalizada.
A reportagem pediu à Petrobras esclarecimentos adicionais a respeito da pesquisa, como o objetivo, o número de pessoas a serem ouvidas, a forma como será feita a pesquisa e de que forma surgiu a decisão, mas não recebeu respostas até as 17h.
Procurada, a Checon informou que só comenta o caso se autorizada pela Petrobras.
Segundo a página da Petrobras na internet, o único trabalho feito recentemente pela Checon para a Petrobras foi um uma pesquisa com o tema "presença da Petrobras na Fórmula 1", em setembro.
A contratação, naquele caso, custou R$ 39,6 mil por dois meses de trabalho e foi feita sem licitação - a Petrobras não é proibida de contratar sem licitação, e a empresa costuma dispensar a concorrência em contratos de valor comparativamente baixo.
Em sua página na internet, a Checon apresenta mais de 80 clientes, do setor público, como a Presidência da República e bancos federais; entidades de classe, como Federação Brasileira dos Bancos; partidos, como PMDB, PSB e PSDB; estatais, como a Petrobras; e empresas privadas.
Volatilidade
O valor das ações da petroleira têm passado por grande volatilidade, especialmente devido ao período eleitoral - eram as principais expoentes do chamado "kit eleições", papéis cujo valor subia com bom desempenho da oposição em pesquisas de intenção de voto e caíam quando o resultado era favorável ao governo.
A expectativa de que haja aumento do preço da gasolina também afeta os papéis. Em outubro, o valor das ações da Petrobras recuou cerca de 15% na Bolsa brasileira.