O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, disse nesta terça-feira (24) que a empresa está preparada para enfrentar, sem prejuízo ao abastecimento de combustíveis, os cinco dias previstos para a greve dos petroleiros. "A greve está prevista para cinco dias e estamos preparados para isso. Se houver prorrogação, vamos analisar a situação", disse, após audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos e de Infraestrutura do Senado. A greve dos petroleiros em todo País começou nesta segunda-feira (23) e está prevista para durar até sexta-feira.
"Até o momento, não houve nenhum impacto na produção ou fornecimento de combustíveis", disse Gabrielli. Ele lembrou que nesta tarde acontece uma reunião entre representantes da Petrobras e do comando de greve. "Basicamente, os trabalhadores querem aumentar a participação nos lucros e resultados, pagamento de horas extras para turnos em feriados e melhoria nas condições de segurança. Estamos dispostos a negociar", afirmou.
Risco
O Sindicato dos Petroleiros do Paraná (Sindipetro-PR), que está em greve desde a 0 hora de segunda feira (23), afirmou na manhã desta terça-feira (24), que há risco iminente na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que fica em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. A empresa nega.
De acordo com Anselmo Ernesto Ruoso Jr., diretor do Sindipetro-PR, para evitar prejuízos à produção, a Petrobras estaria mantendo número insuficiente de trabalhadores na refinaria, o que colocaria em risco a segurança dos serviços. "Além disso, estão utilizando funcionários que há muito tempo não atuavam nos setores para os quais foram designados", diz Ruoso.
A paralisação segue uma iniciativa nacional, determinada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). As principais reivindicações da categoria dizem respeito à manutenção dos empregos nas empresas que prestam serviços à estatal e à segurança dos funcionários.
A Repar, por meio de assessoria de imprensa, garantiu que não há risco e afirmou que todos os funcionários que estão trabalhando são altamente preparados e qualificados para os setores para os quais foram designados.
"A Petrobras possui equipes de contingência em suas unidades, que são acionadas em situações especiais. Essas equipes mantêm o funcionamento das unidades, respeitando os padrões de segurança da Companhia. As equipes de contingência são formadas por técnicos e gerentes das áreas relacionadas, que se concentram nas atividades essenciais da Unidade. A Refinaria do Paraná (Repar) opera com equipes de contingência desde a manhã de hoje (24)", diz nota da empresa.
"A Companhia reafirma o compromisso de manter a continuidade operacional da empresa, a segurança dos empregados e o abastecimento do mercado."
Cárcere privado
Na segunda-feira (23), depois da acusação de que a empresa estaria mantendo cerca de 80 trabalhadores em cárcere privado, embora tenha desmentido a informação, a estatal concordou em substituir os funcionários que trabalhavam na refinaria desde o domingo (22) pela equipe de contingência. Segundo a assessoria de imprensa da Repar, fiscais da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) estiveram no local e não comprovaram as denúncias do Sindipetro-PR.
Ruoso afirma que não há informações de quantas pessoas da equipe de contingência estão trabalhando. "Parece até que a greve não é do sindicato, mas da empresa. Eles trancam os portões e não deixam ninguém entrar ou sair", acusa.
A Repar informou que há 70 pessoas atuando no setor de produção, o que seria normal para a realização das atividades.
Intermediação
Na manhã de segunda-feira, o Sindipetro-PR entrou com uma ação na Procuradoria Regional do Trabalhopedindo a intermediação nas negociações. Representantes da empresa e do sindicato tiveram uma audiência no órgão, mas de acordo com a procuradora Eliane Lucina, não foram discutidas propostas para o fim da greve. O objetivo era definir o contingente de trabalhadores que devem permanecer trabalhando, já que se trata de uma atividade essencial. A empresa ficou de enviar ao sindicato e à Procuradoria um relatório sobre as necessidades mínimas da refinaria ainda nesta terça-feira.
Em nota, a empresa afirma que permanece em negociação com os trabalhadores. "Com a expectativa de que a situação seja normalizada em breve, a Petrobras informa que trabalha de maneira a criar canais de diálogo amplos e esclarecedores entre as partes, buscando o entendimento e, acima de tudo, garantindo a manutenção da ordem e da segurança de todos", diz o texto.
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