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A nova presidente da Petrobras, indicada por Lula, toma posse do comando da maior estatal brasileira, a Petrobras
A nova presidente da Petrobras, indicada por Lula, toma posse do comando da maior estatal brasileira, a Petrobras| Foto: Andre Borges / EFE

A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta quarta-feira (19) em sua posse, que sua gestão está "totalmente alinhada com a visão de país do governo federal e do nosso presidente Lula".

"Afinal, eles são nossos acionistas majoritários. Está (visão) também em consonância com visão de mercado, geração de valor econômico e rentabilidade. Vamos tornar realidade o que foi planejado, mas com celeridade. Vamos zelar com resultados empresariais robustos".

Chambriard foi escolhida para substituir Jean Paul Prates, demitido por Lula por não cumprir totalmente as vontades do presidente da República, que perdeu uma disputa interna com os ministros das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.

A nova presidente disse em seu discurso que o plano de sua gestão inclui colocar a Petrobras como líder brasileira na transição energética. Para isso, as plantas de refino serão fortalecidas com investimentos consistentes e tempestivos reduzindo emissões de carbono. Segundo ela, a meta é reduzir a zero até 2050.

A empresa vai avançar ainda nas energias eólica, solar e de hidrogênio, além de ampliar a disponibilidade do gás natural. O gás natural é muito importante para o setor de fertilizantes, disse Chambriard. Outros investimentos na sua gestão serão a expansão de oleodutos e um programa de construção para navios.

Chambriard também anunciou que o Trem 2 da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, será implementado: “Nosso parque de refino será ampliado e modernizado, oferecendo produtos mais sustentáveis. Implantaremos o Trem 2, da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, um projeto que junto com GasLub, no Rio de Janeiro, vai gerar valor econômico e reduzir significamente nossa importação de diesel."

O nome de Magda Chambriard foi aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras em 24 de maio para assumir a presidência da companhia e fazer parte do conselho de administração.

A nova CEO da petrolífera é engenheira e ex-funcionária da Petrobras, onde começou a carreira em 1980 na área de produção. Em 2002, foi cedida à Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), durante o primeiro governo Lula, como assessora da diretoria. Ela ocupou diversas funções na agência até assumir a diretoria-geral em 2012, no governo Dilma Rousseff (PT).

No evento, que aconteceu pouco antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), para decidir se corta ou mantém a taxa básica de juros, a Selic, Lula reuniu um grupo de ministros. Entre eles, o da Fazenda, Fernando Haddad, o de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da Casa Civil, Rui Costa e Margareth Menezes, da Cultura.

“A missão que me foi dada foi dada pelo presidente (Lula) foi de movimentar a Petrobras porque ela movimenta o PIB brasileiro. Ele me disse: ‘Tenho grande carinho pela Petrobras. A sociedade brasileira ama a Petrobras e eu também. Não quero confusão nessa empresa’”, lembrou a executiva, que emendou os agradecimentos:

“Agradeço a confiança do presidente Lula e do ministro Alexandre Silveira”, a quem chamou de seu contato.

Margem Equatorial é entrave que Lula já disse que vai ajudar a destravar

Ao assumir a presidência da Petrobras, Chambriard apropriou-se de desafios da empresa, tais como a volatilidade dos preços do petróleo, a ampliação da atuação da empresa na área de estaleiros e navios e a aceleração de investimentos em refinos. São todos temas sensíveis, mas um em especial tem pressa: destravar a exploração da Margem Equatorial.

Chambriard disse que o Brasil já perdeu dez anos nessa discussão e espera dar celeridade à questão, principalmente o com o apoio do presidente presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pretende arbitrar a disputa a favor da petroleira.

Na área costeira que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá estima-se encontrar ao menos 10 bilhões de barris de petróleo, o que representa um retorno na casa de R$ 1 trilhão aos cofres públicos. Os blocos dessa região foram leiloados em 2013, mas até agora o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou as licenças ambientais.

Em sua posse, a nova presidente citou que o petróleo é fundamental para a transição energética: "As reservas de petróleo são finitas, de forma que nossa segurança energética passa obrigatoriamente pela sua reposição. É fundamental desenvolver linhas exploratórias como Margem Equatorial e do sul do Brasil", citou sob aplausos de funcionários da Petrobras.

Lula disse nesta semana que “em algum momento” vai chamar o Ibama, a Petrobras e o Meio Ambiente na sua sala para tomar uma decisão.

“Esse país tem governo e esse governo reúne e decide”, afirmou o presidente em entrevista à rádio CBN.

"Se as pessoas podem ter posições técnicas, vamos debater tecnicamente. O que não dá é para a gente dizer a priori que vai abrir mão de explorar uma riqueza que, se for verdade as previsões, é uma riqueza muito grande para o Brasil", completou Lula.

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