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Sonda localizada na bacia de Campos perfurava poço de petróleo quando perdeu a estabilidade | Divulgação/ Petrobras
Sonda localizada na bacia de Campos perfurava poço de petróleo quando perdeu a estabilidade| Foto: Divulgação/ Petrobras

Uma plataforma de perfuração de poços de petróleo a serviço da Petrobras adernou (inclinou) na bacia de Campos, na região norte do Rio de Janeiro, na madrugada de ontem. A SS-53 pertence à empresa Noble do Brasil e registrou uma inclinação de 3,5 graus por volta de 1 hora. A plataforma, que não produz petróleo, também é identificada como Noble Paul Wolff. A Noble opera sondas desde 1921 e é uma das maiores do mundo, com 77 unidades, nove delas no Brasil.

A plataforma teve de ser evacuada por segurança, mas não houve feridos ou vazamento desta vez. Para o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras, José Maria Rangel, a ocorrência serve de alerta para a possibilidade de um acidente de maiores proporções gerado pela pressão por produção.

Em dezembro, uma plataforma própria da companhia (P-20) pegou fogo e deixou dois feridos no mesmo campo do acidente de ontem, Marlim, um dos que têm maior produção no país. Em janeiro, a recém-inaugurada P-62 sofreu um incêndio num gerador temporário de energia enquanto navegava em direção ao campo de Roncador.

Segundo Rangel, técnico em manutenção de plataformas e sindicalista, não há semelhança entre o acidente de ontem e os incêndios dos últimos meses. O elo em comum, segundo ele, está no aumento de produção, que tem reduzido a segurança operacional das plataformas da estatal.

Falha em válvula

O problema ocorreu devido a falha numa válvula do sistema que controla a estabilidade da sonda. O poço foi fechado, vedado com cimento e 77 trabalhadores não essenciais foram deslocados para um barco de apoio.

Outros 36 permaneceram a bordo resolvendo o problema. Pouco depois das 6 horas, a sonda já estava normalizada, sem risco de adernamento ou vazamento. Por precaução, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Marinha interditaram a unidade, mandaram equipes ao local e estabeleceram um prazo de 90 dias para apurar as causas. Já houve, no passado, plataformas que adernaram 12 graus sem que houvesse qualquer dano. A inclinação, no entanto, é um problema que precisa ser imediatamente resolvido, pois a perfuração segura do poço, para funcionários e, em termos ambientais, depende da estabilidade da unidade.

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