O Ministério das Minas e Energia anunciou no início da noite deste sábado (28) que a Petrobras fechou um acordo com o governo boliviano sobre a exploração de gás no país vizinho. O anúncio formal será feito ainda esta noite pelo presidente Evo Morales e pelo presidente da subsidiária da Petrobras na Bolívia.

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Conheça, passo a passo, a história da Petrobras na Bolívia

O acordo garante que a Petrobras continuará explorando os gigantescos poços de gás no sul da Bolívia e aumenta os impostos sobre a produção de gás da estatal brasileira naquele país de 50% para 82%. Em entrevista, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que Morales exigiu algumas condições para os novos contratos. As possíveis mudanças nos preços do gás e do petróleo não teriam sido discutidas.

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Petrobras pagará 82% de imposto sobre o gás da Bolívia

Negociadores da Petrobras pediam a prorrogação por 20 dias do prazo para negociação do novo contrato de exploração das reservas de gás natural na Bolívia, que se encerrava na noite deste sábado. O motivo alegado pelos executivos da estatal brasileira que estão em La Paz, é o "momento especial" que o Brasil vive por causa das eleições.

Pelas regra do decreto de nacionalização das reservas da Bolívia, as companhias petrolíferas deixariam de ser donas das reservas e passariam a ser apenas prestadoras de serviço. Em várias ocasiões, no entanto, a Petrobras deixou claro que não se submeteria a este nível de negociação e que poderia recorrer à arbitragem internacional.

Saiba o que determina o decreto de nacionalização da Bolívia

Na sexta-feira (27), as empresas Total e Vintage aceitaram os termos propostos pelo governo boliviano e assinaram o contrato.

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Na manhã deste sábado, o ministro da Presidência boliviana, Juan Ramón Quintana, admitiu dificuldades na negociação com a Petrobras. Segundo ele, a estatal brasileira precisaria "entender que não estão diante de governos que renunciaram a seu patrimônio, a seus recursos naturais".

A Petrobras é a principal investidora na Bolívia e responsável pela exportação para o Brasil 26 milhões de metros cúbicos de gás por dia, volume que representa metade da demanda interna do país.